Julio Ceja, vive em Orange County, na Califórnia, e foi aqui que teve um acidente: parado num semáforo, Ceja viu uma condutora ‘lançada’ a “olhar para o telemóvel em vez de prestar atenção à estrada”. Esta acabou por embater na traseira do seu carro.
“Quando a condutora saiu do veículo ainda tinha o iPhone na mão, assustada por ter causado o acidente”, conta Ceja ao The Guardian, acrescentando que o acidente lhe provocou uma lesão nas costas.
Segundo o jornal britânico, Julio Ceja não está à procura de uma reparação financeira pelo que aconteceu. Está sim decidido a obrigar a Apple a implementar um sistema de segurança - já patenteado - ou a suspender as vendas de iPhone na Califórnia.
“A vida de cada um dos residentes [da Califórnia] está em risco devido à incapacidade da Apple em instalar um sistema de bloqueio nos seus iPhones”, justifica Ceja.
“Isto é algo enorme para a Apple”, conta ao The Guardian Eric Goldman, professor na Universidade de Santa Clara. “Este processo quer fazer da Apple a garantia financeira de todas as vítimas de acidentes provocadas por um condutor que ia a mexer no seu iPhone”.
Este processo, que deu entrada no tribunal de Los Angeles no dia 17 janeiro, segue as mesmas linhas de um outro que decorre no tribunal de Santa Clara. Nessa instância, Bethany e James Modisette processaram a gigante tecnológica norte-americana depois de um homem, que alegadamente usava o FaceTime enquanto conduzia, ter embatido no seu carro. A filha do casal, com apenas 5 anos, acabou por falecer neste acidente.
O mecanismo de bloqueio, patenteado desde 2014, deveria ser capaz de detectar - através de sensores ou da ligação entre o iPhone e o veículo - que o condutor está ao volante e, assim sendo, inibir algumas das funções do smartphone, como a possibilidade de enviar mensagens.
A Apple, porém, ainda não introduziu esta função nos seus telemóveis e alguns especialistas citados pelo The Guardian consideram que o caso poderá não avançar, visto que não é claro se o mecanismo - apesar de patenteado - está pronto para ser implementado. O jornal britânico exemplifica: como é que o telemóvel seria capaz de distinguir entre condutor e passageiro?
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