O Serviço Nacional de Saúde (SNS) conseguiu voltar, em 2021, aos níveis pré-pandemia, com mais de 613 mil cirurgias e 12,4 milhões de consultas hospitalares, mas faltou recuperar o que a pandemia de covid-19 suspendeu em 2020.
Cansaço, falta de paciência e um "negacionismo" que afinal não é são reflexos sociais de dois anos de pandemia em Portugal, segundo um médico de saúde pública e um sociólogo ouvidos pela agência Lusa.
A sociedade portuguesa vive há dois anos com um novo manual de instruções sobre o que é permitido e proibido, restrições que a saúde pública considera que foram sempre adequadas mas que um sociólogo afirma que cedo se tornaram absurdas.
A fase crítica da pandemia parece já ter passado, mas a ansiada normalidade vai implicar o convívio com a covid-19 como uma doença sazonal, com a esperança de ser menos severa a recair novamente nos avanços da ciência.
As medidas adotadas nos dois anos de pandemia para apoio ao emprego, rendimento das famílias e trabalhadores, abrangeram até agora 3,5 milhões de pessoas e 180 mil empresas e custaram 5.165 milhões de euros à Segurança Social.
A economia portuguesa foi profundamente afetada em 2020 pelas medidas de contenção aplicadas no contexto da pandemia de covid-19 e, 2021, apesar de ter ainda sido marcado por confinamentos, foi já de recuperação.
Os dois anos de pandemia tiveram especial impacto no mundo do trabalho, desde logo com a generalização do teletrabalho, mas a covid-19 veio também mostrar as fragilidades dos trabalhadores mais desprotegidos, nomeadamente os jovens, onde o desemprego subiu.