Os portugueses têm uma enorme dificuldade em despedir-se. Outros povos têm o seguinte modus operandi: anunciam que se vão embora e abandonam o local. Os portugueses não. Despedem-se à mesa, na sala, à porta de casa, no jardim, à porta do carro, dentro do carro de janela aberta, com o carro em andame
Sabemos pouco sobre o Líbano. No entanto, este pequeno país mediterrânico (a superfície não vai além do tamanho de duas vezes o Algarve, mas com seis milhões de habitantes, incluindo mais de dois milhões de refugiados palestinianos e sírios) é o epicentro de cálculos geopolíticos dos rivais Irão e A
É uma homenagem peculiar, eu sei. Mas, neste dia, decidi passear pelas «mães» que se escondem nas línguas do mundo. Não posso chegar a todas, claro — as línguas são mais do que as mães. Posso, no entanto, começar por olhar para o globo, rodar o planeta com o dedo e aterrar do outro lado do mundo...
“Mãe é mãe”. Está tudo dito. Uma mãe é uma mãe e não seria preciso dizer mais nada… Esta frase seria suficiente para abafar tantas teorias, filosofias e fantasias que se pensam, escrevem, dizem e partilham sobre as mães, porque afinal cada mãe é uma mãe e é na diversidade que se encontra a riqueza.
Cresci convencida de que um dia seria mãe. Não creio que fosse vontade ou um imperativo da natureza (não sou nada aquele tipo de pessoa que diz que nasceu para ser mãe), mas porque era assim que o mundo funcionava e assim se aprendia na escola: o ser humano nasce, cresce, reproduz-se e morre.
Existe uma ligação que é construída maioritariamente com ferramentas invisíveis. Sim, existem memórias e factos concretos, provas sólidas que atestam que a relação existe, mas é um pouco mais do que isso. Juntas, perfiladas, somos três mulheres com um denominador comum: somos mães.
Tipo. Para um gajo andar aí mesmo sempre a laifar, um gajo tem de ter style. E o style não é só no cenário do outfit que um gajo manda, é preciso um gajo saber estar e saber mandar bem as suas dicas, entendes boy? Um gajo com style não fala, manda dicas. Sempre. Mesmo que seja um comediante / rapper
“O Que Faço Eu Aqui?” Foi uma pergunta que fiz várias vezes a mim mesma no Afeganistão. Sobretudo na primeira manhã que acordei em Kandahar, com explosões atrás da cama. Mas é uma pergunta que, na verdade, nunca mais nos abandona quando nos lembramos de lugares como o Afeganistão. Um dos mais bravos
A violência no namoro não é uma ficção espelhada pela sétima arte em filmes e afins, com contornos mais ou menos perversos. É uma realidade e portuguesa. A ideia de que a pessoa com quem se namora é propriedade, logo está presa a padrões de comportamento e de discurso que devem, obrigatoriamente, cu
O Quartier Latin, o bairro latino de Paris que, faz agora 50 anos, inflamou-se com a loucura entusiasmada de barricadas em grande vibração, anfiteatros de rebelião e fraternidade estudantil. O coração da cidade que apenas 24 anos antes vivia a humilhação e a depressão da ocupação nazi. O corpo princ
Não sei ao certo se originalmente isto era uma anedota ou um cartoon, mas de qualquer forma vai mais ou menos assim: numa entrevista de emprego, perguntam ao candidato qual é o seu maior defeito. “Diria que o meu maior defeito é a sinceridade.” – responde. O entrevistador estranha e comenta: “Sincer
Paradoxalmente, escrevo isto no dia do Trabalhador. Nunca, como hoje, se trabalhou tanto e nunca, como agora, se questionou tanto o trabalho. O tema tem abordagens diferentes, relacionadas entre si: o propósito, as organizações e a satisfação em relação ao trabalho.
Ao humor não cabe escrutinar. O humor será eficaz a pôr em causa o poder, quanto menos comprometido estiver com essa missão, e mais leal for ao objetivo de fazer rir.
Abril e maio são meses de magia. Meses de liberdade, de campo, do sol a aparecer e da natureza a acordar depois do merecido e renovador descanso do inverno. A natureza mostra esplendor e em qualquer campo ou canto as flores dão cumprimento ao seu verbo.
A imagem da Espanha como sociedade vibrante, progressiva e moderna, formada com a transição democrática (após 1975, e na rejeição do golpe de 23-F, em 1981) e, sobretudo, a partir do grande impulso de 1992 (Barcelona olímpica, Sevilha com a Expo, Madrid capital cultural com a “Movida”, o cinema de A
Portugal foi governado durante décadas por um ditador. Muitas pessoas sentem saudades de Salazar, dizendo que ele fez muitas coisas boas. Se calhar estas pessoas é que têm razão e conseguem enxergar a bondade em quem roubou, torturou e matou.
Houve um debate na Faculdade de Direito de Coimbra sobre o novo estatuto jurídico dos animais, no qual dois dos professores participantes mostraram como acham que as novas leis dos animais são um “retrocesso civilizacional” e que os animais nunca passarão de coisas, digam lá os textos legais o que d
A cada ano, a desvalorização que muitos fazem do 25 de Abril mostra como as cabeças não foram descolonizadas. E enquanto não forem continuará a ser muito difícil travar alguns debates em Portugal. Continua a ser possível, por exemplo, falar-se em Museus dos Descobrimentos e outras pérolas.
Ontem celebrámos a liberdade, mas a que liberdade podem aspirar aqueles que hoje não têm nem memória do 25 de Abril, nem condição económica para ter direito ao sonho?
Não sei o que é viver em liberdade, só sei o que é viver. Não conheci cativeiro nem censura; desconheço o que é ser desamarrado já que nunca me embrulhou qualquer atadura. Até as leis que me restringem são as mesmas que desobstruem o caminho à minha volta; cumpro-as porque sou forçado a ter esse dir
Lisboa está na moda e muito cara. Simultaneamente, é muito cool passear na Baixa e no Chiado e blá, blá, blá. O resto já conhecem: multiplicam-se os relatos sobre o aumento do turismo na cidade e suas relações com o aumento da procura de casas, despejos e habitações transformadas em alojamentos loca