Um estudo de Harvard afirma que a nossa longevidade depende também das relações de amizade que temos.
Da socialização saudável. E que os amigos são importantes enquanto suporte afetivo, estímulo intelectual. São nossas testemunhas. Partilham o bom e o mau. Conhecem-nos.
Lembram-se de que não comemos manga. De que temos um trauma com garagens ou outra coisa qualquer. Que gostamos deste artista e não tanto daquele. Sabem o que aguentamos e o que nos derrota. Sabem de nós o que deixamos ver e saber e, também, o que intuem.
Por tudo isto, ninguém conseguirá ter muitos amigos. A intimidade implica tempo e vontade. As amizades, para serem vividas, precisam de atenção e, nos dias de hoje, temos para muito, mas não para as pessoas.
Perante o estudo de Harvard, fiquei a pensar se posso reivindicar um bom conjunto de amigos que sei serem pessoas capazes de estar comigo até ao fim dos meus dias. Concluí que sim e sorri com esse privilégio. É bom saber que o sucesso se mede por quem está connosco e não pelo dinheiro, pelo número de seguidores, pelas linhas no curriculum.
É bem verdade que vivo um privilégio. Mas também é certo que o mantenho e construo, com cuidado e gentileza. Cada vez mais, a gentileza parece-me essencial.
Para muitos, isto soará um pouco "chanti-chanti". Não é.
Estou de férias, a fazer um balanço da minha vidinha – mudou tanto! – e feliz por saber que vou viver mais uns anos, porque tenho os melhores amigos que podia ter. São meus. Não me julgam. Criticam pela positiva. São gente com o coração e a cabeça no sítio certo. São todos diferentes, mas partilhamos este território de afecto.
Há alguma coisa melhor?
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