Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones cedeu 0,23%, o tecnológico Nasdaq recuou 0,03% e o alargado S&P500 mal deu pela baixa de 0,01%.

"Durante estas últimas sessões, os investidores procuraram direções para seguirem, mas nunca as encontraram", resumiu Maris Ogg, gestora de investimentos na Tower Bridge Advisors.

"É uma atitude razoável, uma vez que apenas estamos no início da época de resultados e estes, francamente, têm sido particularmente mitigados", acrescentou.

A Netflix apresentou contas na terça-feira, depois da sessão encerrar, que revelaram uma subida dos assinantes para 232,5 milhões, abaixo do esperado, e uma baixa do lucro em 18%. Hoje desvalorizou 3,17%.

Também hoje, mas depois do fecho das transações, a Tesla, de Elon Musk, anunciou uma subida do volume de negócios em 24%, que, contudo, não impediu uma queda dos lucros da mesma dimensão.

A ação do banco Morgan Stanley, que começou hoje em nítida baixa, depois de ter apresentado lucros em recuo (20%), mas melhores do que esperado, acabou por valorizar 0,62%.

O negócio dos bancos está a ser afetado pelas incertezas conjunturais sobre a orientação da economia. Perante a subida da taxa de juro e a volatilidade do mercado, os empresários hesitam em investir ou recorrer a crédito.

"Os investidores estão concentrados em quatro granes questões: o sentido dos resultados do primeiro trimestre, a decisão da Reserva Federal em 03 de maio, quando vai ocorrer a recessão e como é que o S&P500 vai sair do seu atual nível", indicou Sam Stovall, da CFRA.

"Vamos compreender realmente em que sentido vão os resultados das empresas quando se chegar aos bancos regionais, na próxima semana", antecipou Marris Ogg, referindo-se ao impacto do mini pânico bancário de março.

No seu Livro Beje, um relatório sobre a conjuntura económica publicado hoje, a Reserva Federal observou que o volume de crédito concedido e solicitado tinha descido em março e abril, depois das dificuldades bancárias causadas pela falência do banco SVB.

"Várias regiões (em que se dividem os EUA para efeitos de cobertura pelo Sistema da Reserva Federal) notaram que os bancos apertaram as normas de concessão de crédito em contexto de incerteza acrescida e de preocupação com a liquidez", detalhou-se naquele documento.

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