
No comunicado final, distribuído hoje à imprensa, da XI sessão ordinária do Comité Permanente da Comissão Política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), realizada quinta-feira, o maior partido da oposição solidarizou-se com as famílias afetadas pela epidemia de cólera.
O Governo foi instado a concretizar medidas impactantes, "capazes de retirar o país do quadro das piores estatísticas de cólera do mundo, nos 50 anos de independência".
Angola está a braços com um surto de cólera, declarado pelas autoridades a 07 de janeiro deste ano, que já provocou 448 mortes e 11.737 infeções.
No documento, a UNITA condenou a atitude do Governo angolano que, em 13 de março, deteve no aeroporto internacional 4 de Fevereiro e deportou entidades políticas, entre as quais ex-chefes de Estado, convidadas a participar na Conferência Internacional organizada pela Plataforma Democratas por África, em Benguela.
Para a UNITA, o Presidente da República de Angola, João Lourenço, na qualidade de presidente da União Africana, "deve uma explicação e um pedido de desculpas públicas".
Outra preocupação que manifestou a UNITA é sobre a suposta "exclusão e perseguição aos opositores políticos", bem como a interferência do Governo nos poderes judicial e legislativo e o controlo sobre os órgãos de comunicação social estatais, "com fim último da manutenção do poder".
A UNITA repudiou também "qualquer tendência do Executivo, que aponte para a manutenção da CNE [Comissão Nacional Eleitoral] nos moldes de organização e funcionamento atuais, que não garantem a lisura nem a transparência dos processos eleitorais em Angola e exige, a conformação dos órgãos de administração eleitoral às normas da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]".
NME // JMC
Lusa/Fim
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