"O Supremo Tribunal da Rússia recebeu e aceitou um pedido administrativo do procurador-geral para levantar a proibição das atividades do movimento talibã, que está incluído na lista federal única de organizações, incluindo organizações estrangeiras e internacionais, reconhecidas como terroristas", refere-se na nota.

O movimento talibã, que regressou ao poder no Afeganistão em 2021 com a saída das tropas internacionais encabeçadas pelos Estados Unidos, foi incluído na lista de organizações terroristas da Rússia em 2003.

Simultaneamente, no final do ano passado, a Rússia aprovou uma lei que permite a exclusão dos talibãs e de outros grupos da lista de organizações terroristas, abrindo caminho para o seu reconhecimento oficial pelo Kremlin.

A aprovação da lei seguiu-se a um pedido dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Justiça, além de declarações do Kremlin sobre a importância de estabelecer contactos com as autoridades de Cabul.

Em outubro passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, encontrou-se com o chefe da diplomacia do governo provisório dos talibãs, Amir Khan Muttaqi.

Ambos expressaram a vontade de estabelecer "relações políticas de confiança" para aumentar a cooperação comercial bilateral. O presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu em várias ocasiões nos últimos anos uma possível retirada dos talibãs da lista de organizações terroristas, embora tenha condicionado essa decisão à aprovação da ONU.

Nos últimos anos, os talibãs deslocaram-se várias vezes a Moscovo para participar em conferências sobre o acordo no Afeganistão. No ano passado, o Kremlin convidou-os a participar no Fórum Económico de São Petersburgo, assim como na cimeira dos BRICS.

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