Num relatório publicado hoje, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) salientou que, excluindo o caso particular do Luxemburgo, que teve um saldo de investimento negativo de 322.000 milhões de dólares contra um saldo positivo de 25.000 milhões em 2021, a queda global teria sido limitada a 5%.

Os autores do estudo observam que as aquisições e fusões continuaram a registar uma tendência decrescente no ano passado, "possivelmente" devido a condições financeiras mais rigorosas (aumento das taxas de juro), tensões geopolíticas (com a guerra na Ucrânia) e receios de uma recessão.

Os Estados Unidos e a China mantiveram-se, como habitualmente, nos dois primeiros lugares do 'ranking' de recetores de investimento internacional, à frente dos restantes países, mas em ambos os casos com descidas acentuadas que a OCDE associa, em parte, a um abrandamento dos novos projetos de investimento.

Os Estados Unidos atraíram 318.000 milhões de dólares, menos 21%, enquanto a China recebeu 180.000 milhões, menos 48%.

O Brasil ficou em terceiro lugar, com 85.000 milhões de dólares, seguido da Austrália, com 65.000 milhões de dólares, do Canadá, com 53.000 milhões de dólares, da Índia, com 50.000 milhões de dólares, da Suécia, com 48.000 milhões de dólares e da França, com 42.000 milhões de dólares.

Os fluxos globais de investimento cresceram 24% no primeiro semestre do ano passado, antes de caírem 58% no segundo semestre. Analisando a evolução na última parte de 2022, registou-se uma queda de 95% no quarto trimestre.

Em termos de países de origem dos investimentos internacionais, seis ultrapassaram a marca dos 100.000 milhões de dólares: Estados Unidos (403.000 milhões de dólares), Japão (162.000 milhões), China (150.000 milhões), Alemanha (143.000 milhões), Reino Unido (130.000 milhões) e Austrália (120.000 milhões).

As entradas provenientes da OCDE diminuíram globalmente 14%, para 1,1 biliões de dólares, mas isso explica-se pelo caso particular do Luxemburgo. Se este país não fosse incluído, as entradas teriam aumentado 9%.

Os autores do estudo reconhecem que as perspetivas para este ano são incertas, uma vez que as operações de fusões e aquisições das empresas voltaram a cair no primeiro trimestre.

No entanto, a atividade de investimento "verde" (a favor da transição ecológica) continuou a evoluir positivamente em 2022, embora o número de projetos tenha permanecido abaixo dos níveis anteriores.

MC // MSF

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