Ainda sem dados concretos, a plataforma de alojamento Airbnb avançou, porém, à agência Lusa que a procura entre 07 e 10 de novembro “é quatro vezes superior à do ano passado, na cidade de Lisboa”, enquanto na lista de 15 hotéis sugeridos pela organização há nove assinalados como esgotados.
Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), comentou que o esperado envolvimento direto de 50 mil participantes no evento causará um “efeito muito significativo tanto no mercado hoteleiro mais tradicional, como nas diferentes formas de alojamento local”.
“Trata-se de um público muito diversificado, mas com uma especial apetência por soluções com algum grau de inovação” e que valoriza, por exemplo, aspetos como uma “grande plataforma de reserva de alojamento, ferramentas e soluções inovadoras ao nível da designada ‘sharing economy’ (economia partilhada)”, disse.
O responsável antevê que os efeitos se estendam para lá da realização da conferência, nomeadamente com a divulgação de Portugal e com as oportunidades de acesso a financiamento.
“Se soubermos conciliar iniciativas destas com uma eficaz promoção do país, associado a um quadro de competitividade e estabilidade fiscal atrativo, poderemos atingir a dinâmica de investimento, alcançando as metas de crescimento económico e de criação de emprego, essenciais para o futuro de Portugal”, anteviu.
Por seu lado, Francisco Bacelar, presidente da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP), afirmou que a “expectativa é grande, não só em Lisboa, mas também a Norte, no eixo entre Aveiro e Braga, passando pelo Porto, onde se encontram a maioria das ‘start-ups’, ou seja, as principais interessadas e possíveis beneficiadas com a realização de um evento desta importância no nosso país e suas repercussões económicas”.
O responsável adiantou que “com o esperado sucesso do evento, espera-se a internacionalização destas novas empresas”, o que aliado a apostas dos investidores traduzirá “bastante investimento novo, que inevitavelmente chegará ao imobiliário através da crescente necessidade de instalação dos novos negócios gerados”.
O responsável repetiu as preocupações com as “recentes intenções do Governo em mexer na tributação do património" e que podem “afastar alguns destes investidores”.
Na União do Comércio e Serviços de Lisboa, a presidente Carla Salsinha previu que os agora participantes no evento, possam, no futuro, voltar a visitar a cidade e que a presença de dezenas de dirigentes “das mais importantes multinacionais e de empresas do mundo” promovam Lisboa.
“E ao promover a cidade, estamos obviamente a promover o comércio, porque uma parte importante do comércio hoje está muito ligada também ao sucesso do Turismo”, notou a dirigente, recordando os números de estabelecimentos, fora da área da restauração, que “vão surgindo com conceitos muito virados para o Turismo”.
A Web Summit é uma conferência global de tecnologia que decorrerá este ano em Lisboa (e nos dois anos seguintes, com possibilidade de mais dois anos), onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 150 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos, 700 investidores e 2.000 jornalistas internacionais.
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