Segundo os dados, hoje divulgados pelo Turismo de Portugal, ao todo, nos primeiros seis meses do ano, visitaram a região algarvia 2,17 milhões de hóspedes, num total de 8,62 milhões de dormidas, o que representa um retorno financeiro de 431 milhões de euros.
O mercado interno contribuiu para esse crescimento com um aumento de 12,8% de hóspedes (num total de 592 mil) em relação ao mesmo período de 2018 e de 11,3% de dormidas (num total de 1,70 milhões).
Quanto aos turistas estrangeiros, cresceram 8% em número de hóspedes (num total de 1,58 milhões) e 1,5% nas dormidas (6,91 milhões de dormidas).
Contrariando os resultados dos últimos dois anos, o mercado britânico cresceu 6,8% no número de hóspedes (548,6 mil) e 1,9% nas dormidas (total de 2,64 milhões), lê-se na nota do Turismo de Portugal.
“Quando analisadas as dormidas, este foi aliás o principal mercado externo para o desempenho turístico da região, seguindo-se a Alemanha (com 833,7 mil dormidas) e a Holanda (com 603,3 mil dormidas)”, acrescenta.
O Turismo de Portugal destaca ainda o “contributo do mercado italiano, que verificou um aumento expressivo de 61,5% no número de hóspedes (total de 32,2 mil) e de 62% nas dormidas (total de 99,1 mil)”.
“Relevante foi ainda o crescimento dos mercados emergentes como o Brasil, que subiu 30,6% no número de hóspedes (total de 34,3 mil) e de 34,4% nas dormidas (total de 87 mil), e os Estados Unidos da América com um crescimento de 14,6% no número de hóspedes (total de 42,3 mil) e de 12,4% nas dormidas (total de 111,4 mil)”, indicou o comunicado.
O crescimento também foi registado no fluxo aeroportuário, com mais 6,6%, num total de 2,01 milhões de passageiros desembarcados no aeroporto de Faro.
Para o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, estas são boas notícias que “traduzem um crescimento dos proveitos superior ao da procura, bem como o empenho dos operadores públicos e privados em reforçar o Algarve como destino turístico”.
O responsável realçou o trabalho conjunto para se “conseguir manter um bom desempenho junto do mercado britânico”, não obstante a incerteza gerada pelo Brexit.
João Fernandes destacou também o esforço para conquistar um crescimento junto de importantes mercados emissores como o Brasil e os Estados Unidos, “refletindo a eficácia dos planos de diversificação de mercados que estão em curso”.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, mostrou-se mais cauteloso e disse que, apesar da “importante inversão na redução da procura do mercado britânico”, no primeiro semestre, houve uma descida “dos mercado alemão e holandês” e é preciso perceber como vão ser “os meses da época alta”.
A AHETA revelou preocupações com a chamada época alta, já que os números provisórios podem contrariar as subidas dos primeiros meses do ano.
Julho e agosto são, por excelência, os meses de turismo do Algarve e uma descida nesse período tem efeitos ”muito superiores” às subidas dos primeiros meses do ano, que “não contribuem muito para os resultados finais das empresas”, advertiu o representante dos hoteleiros algarvios.
A mudança na política britânica relativamente ao Brexit também preocupa a associação hoteleira, já que uma saída sem acordo terá reflexos na relação da libra relativamente ao euro e “uma perda de competitividade na oferta algarvia”, que, a juntar a uma ”tendência de descida continuada” dos mercados alemão e holandês, pode ser prejudicial ao turismo algarvio, alertou Elidérico Viegas.
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