É assim concretizada a entrada no capital do banco Montepio, tal como noticiado pelo Jornal de Negócios.
O investimento da SCML no banco Montepio provocou muita polémica no início deste ano, sobretudo perante as informações de que a instituição poderia entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10%.
Em abril, o provedor da SCML, Edmundo Martinho, falou na possibilidade de ficar com 1% do capital do banco Montepio em troca, no máximo, de 18 milhões de euros, depois reduzido para 75 mil euros em junho.
O responsável pela SCML justificou a redução para um valor quase simbólico pela “alteração das circunstâncias” depois da “discussão pública” que o investimento provocou.
Ainda assim, o provedor considerou então esse um “momento histórico” pelo exemplo de cooperação entre entidades do setor social.
Edmundo Martinho integrou a comissão de honra da lista liderada por Tomás Correia, que no início de dezembro venceu as eleições para a Associação Mutualista Montepio Geral (com 43,2% dos votos), pelo que assim vai continuar como presidente mais três anos (até 2021).
A Associação Mutualista Montepio Geral decidiu este ano alienar até 2% do capital da Caixa Económica Montepio Geral (o banco Montepio) junto de entidades da economia social.
No caso dos 75 mil euros investidos pela SCML, tendo em conta que o capital social da Caixa Económica Montepio Geral é de cerca de 2.400 milhões de euros e cada ação é vendida ao valor nominal de um euro, a participação com que esta ficará é de 0,003125%, segundo contas feitas pela Lusa.
Contactada pela Lusa sobre a concretização da entrada no capital do banco Montepio de outras entidades do setor social, a Associação Mutualista Montepio Geral disse que acontecerá em 31 de dezembro.
“Tal como previsto, as Instituições Particulares de Solidariedade Social que manifestaram interesse em iniciar o projeto de Instituição Financeira da Economia Social participarão no capital da CEMG a partir do último dia do ano de 2018”, disse Tomás Correia, numa declaração escrita enviada por fonte oficial, acrescentando que a “participação é feita através da venda direta de ações detidas pela Associação Mutualista Montepio, que assim inicia o projeto”.
Em causa estará a entrada de cerca de 30 entidades do setor social, de acordo com informações recolhidas pela Lusa. O valor envolvido não é conhecido.
A Associação Mutualista Montepio Geral, que conta com mais de 600 mil associados, é o topo do grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário.
[Notícia atualizada às 21h54 - Inclui declarações da Associação Mutualista Montepio Geral]
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