Apoiando-se em dados contidos num relatório hoje publicado pelo Instituto Sindical Europeu sobre o mercado laboral na Europa, o CES aponta que há nove países na UE onde os trabalhadores ganharam menos em 2017 do que ganharam em 2010 - Itália, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Grécia, Portugal, Finlândia, Croácia e Chipre -, sendo que em seis deles os salários em 2017 foram inferiores aos de 2016 (Portugal, Croácia e Chipre são as exceções).
Segundo os dados do Instituto Sindical Europeu – que estima os “salários reais” tendo em conta o aumento do custo de vida -, os salários reais recuaram 8,3% em Portugal entre 2010 e 2017, tendo conhecido um aumento “muito modesto”, de 0,1%, entre 2016 e 2017. Portugal esteve sob programa de assistência financeira entre 2011 e 2014.
“Apesar de toda a conversa sobre a retoma económica, os trabalhadores em muitos países encontram-se ainda pior do que antes da crise e continuam a perder”, lamentou a secretária confederal da CES, Esther Lynch.
Sublinhando que “até a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu estão a pedir um crescimento salarial mais forte”, a mesma responsável sustenta que “é chegada a altura de considerar ações muito mais fortes para promover as melhores formas de alcançar aumentos salariais justos”.
“As regras dos contratos públicos da UE deveriam contemplar contratos apenas para as empresas cobertas por acordos coletivos. A UE e os Estados-membros poderiam fixar objetivos para aumentar o número de trabalhadores cobertos por contratos coletivos, e a UE deveria exigir imediatamente aos Estados-membros que deem conta das medidas que se propõem tomar para aumentar a cobertura dos acordos coletivos”, sugere a CES.
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