“Neste momento, estamos a trabalhar com todos os partidos para o orçamento de 2021 e, com alguns deles, na perspetiva de termos um horizonte mais estável, no horizonte da legislatura, mas isso temos de aguardar”, disse António Costa em declarações à RTP e TVI, à entrada para o concerto de Pedro Abrunhosa, em São Domingos de Benfica, Lisboa.
O primeiro-ministro considerou que “os portugueses ficam todos muito aliviados em saber que ninguém deseja uma crise política”, após questionado sobre as palavras da coordenadora do BE, Catarina Martins, hoje no final da reunião da Mesa Nacional do partido considerando que “ninguem compreenderia que o PS criasse uma crise política (…)”.
“Porque no meio de uma crise pandémica como a que estamos a viver, no meio de uma crise económica e social tão profunda, a última coisa que alguém pode desejar é acrescentar a isto uma crise política”, sublinhou António Costa.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse hoje que há um “impasse” nas negociações do OE2021, mas questionada sobre se o partido ‘chumbará’ a proposta orçamental, nunca respondeu de forma clara.
Questionada sobre o compromisso assumido pelo Governo de não fazer qualquer empréstimo público ao Fundo de Resolução para financiar o Novo Banco em 2021, Catarina Martins considerou que não é uma verdadeira solução.
“O que o Governo nos apresenta não é ainda uma solução, é uma espécie de truque”, criticou, considerando que se for o Fundo de Resolução a pagar ao Novo Banco haverá sempre custos para o erário público.
“Estamos muito empenhados em criar soluções, e eu não vou começar a cenarizar impossíveis porque estamos a trabalhar para o que é possível”, disse.
Ainda assim, a líder do BE acrescentou que “ninguém compreenderia que o PS criasse uma crise política porque quer dar dinheiro à Lone Star [detentora da maioria do Novo Banco] sem investigar sequer o que se está a passar”, argumentando que existe uma “ampla maioria” no parlamento para que seja feita uma investigação independente.
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