“Do ponto de vista financeiro do Estado, naturalmente haverá impactos, que serão diferidos ao longo do tempo porque esta nova política vai ter impacto nas novas emissões que vão ser feitas, isto havendo um movimento geral relativamente às taxas e isso terá um impacto que teremos de saber gerir”, disse hoje o ministro questionado pelos jornalistas.
Fernando Medina está a assinalar o 10 de junho em Paris, junto da comunidade portuguesa, tendo participado numa receção na Embaixada de Portugal em França.
Na quinta-feira, o Conselho de Governadores dos bancos europeus decidiu manter este mês as taxas de juro, mas confirmou o fim da compra de ativos a partir de dia 01 de julho e considerou estarem reunidas as condições necessárias para a subida dos juros.
De forma a proteger Portugal deste aumento, o ministro defende que a redução da dívida é o caminho a seguir.
“Só a redução da dívida pública é que nos permite que os encargos com juros aguentem uma subida dos próprios juros, diminuindo no fundo o valor que temos em dívida e o valor que temos a refinanciar todos os anos”, declarou.
Questionado sobre uma possibilidade de redução de investimento público no país, nomeadamente uma redução que afete a execução do Plano de Recuperação e Resiliência, o ministro declarou que estes investimentos não vão mudar.
“Temos hoje um grande programa de investimento público que assenta fundamentalmente quer na execução do PRR que não é posto em causa com estas políticas, também com investimento suportado por fundos comunitários, que também não é posto em causa, e relativamente a várias áreas empresariais específicas de investimento privado, suportado por financiamentos que já estão contratados”, declarou.
O ministro indicou, no entanto, que Portugal tem estado em contacto com a União Europeia “para haver uma atenção e cuidado de como se olham para as metas intermédias do PRR”.
“Já que com os preços mais elevados”, afirmou, “a contratação pode levar ao aumento generalizado de preços”.
No entanto, a execução do PRR deverá ser acelerada para ajudar na recuperação económica.
“A aposta é acelerar o PRR e terá um contributo muito importante para 2023 e para os anos seguintes”, concluiu o ministro.
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