“Temos conhecimento da falência da Thomas Cook do Reino Unido. Tivemos hoje a confirmação. Neste caso concreto, o operador não tem voos próprios para a Madeira. O que está em causa é a venda de pacotes turísticos, de viagem e estadia. O transporte aéreo é assegurado por outras companhias aéreas”, explicou a governante.
Segundo a secretária regional, eram vendidos, em média, quatro mil pacotes turísticos por ano através daquele operador.
“Esta é uma situação que vai ter efeito no imediato, mas temos esperança de a ultrapassar porque outro operador há de entrar para vender estes pacotes turísticos”, afirmou.
Situação diferente acontece com a Thomas Cook na Alemanha, que efetua voos para a Madeira através da companhia aérea Condor.
“Não temos conhecimento oficial que tenha havido falência da Thomas Cook da Alemanha. Aqui, a empresa assegura voos próprios através da Alemanha para a Madeira”, afirmou.
Paula Cabaço indicou que a companhia aérea Condor faz oito ligações semanais, das quais sete são à quinta-feira e uma ao sábado, num total de 1.500 lugares de avião por semana e 75 mil por ano, o que representa 25% do total do mercado turístico alemão na Madeira.
“Esta é a situação que mais nos preocupa, se houver efeito contágio da falência, na medida em que há uma companhia aérea que voa para a Madeira com oito ligações semanais a partir da Alemanha”, admitiu.
A governante recordou que o mercado alemão sofreu recentemente a perda de lugares de avião através da falência da companhia aérea Germania.
Por isso, Paula Cabaço frisou que vai “acompanhar a situação de forma muito próxima”.
No que respeita ao mercado nórdico, também aqui a Thomas Cook é detentora de voo semanal próprio para a Madeira, a partir de Copenhaga, e foi um desses voos que foi hoje cancelado.
"Não temos informação da falência do operador nórdico", indicou a secretária regional, adiantando que o regresso das pessoas afetadas por esse cancelamento "está assegurado para os que viajavam através de um pacote".
"Os outros estão a fazer ‘booking’ direto”, indicou.
A secretária regional disse que “já previa que este ano fosse um ano com novos constrangimentos” e lembrou que, no final de 2017, faliram três companhias aéreas e, no ano passado, faliu mais uma.
Por isso, decidiu reforçar a parte comercial para criar uma maior proximidade às companhias aéreas, aos operadores e aos agentes de viagens.
A promoção da Madeira em novos mercados foi outra das apostas, estando a ilha a ser divulgada nos Estados Unidos e no Brasil, indicou a governante.
A Thomas Cook, com 178 anos de atividade, tinha previsto assinar esta semana um pacote de resgate com o seu maior acionista, o grupo chinês Fosun, estimado em 900 milhões de libras (1.023 milhões de euros), mas tal foi adiado pela exigência dos bancos de que o grupo tivesse novas reservas para o inverno.
As dificuldades financeiras da empresa acumularam-se no ano passado, mas em agosto foram anunciadas negociações com o grupo chinês Fosun, que detém múltiplos ativos a nível mundial, nos setores de saúde, bem-estar, turismo (como o Clube Med), financeiro e até futebol (o clube inglês Wolverhampton Wanderers, treinado pelo português Nuno Espírito Santo).
Em Portugal é dona da seguradora Fidelidade, tem 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais, é a maior acionista do banco BCP (com 27,25%) e é a dona da Luz Saúde.
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