Catarina Martins falava aos jornalistas, na Casa do Alentejo, em Lisboa, depois de uma reunião com as organizações representativas dos trabalhadores da TAP e da Groundforce a propósito da situação da empresa de aviação, um encontro no qual a líder do BE esteve acompanhada dos deputados José Soeiro e Isabel Pires.
“O que está em curso é um braço-de-ferro entre o Governo e aos acionistas privados da TAP que impede que se atue. E enquanto não há atuação do Governo sobre a TAP, a TAP já está a ser reestruturada da pior forma. Está a ser encolhida, sem nenhum critério e pondo em causa a sua função no país para o futuro”, avisou.
Segundo a coordenadora do BE, “enquanto o Governo diz que está à espera, a negociar e a ver o que se passa”, já se está “a passar muita coisa” na empresa, uma vez que a TAP “está a ser liquidada” e “esse processo tem de parar”.
“O Governo não pode continuar a esconder-se atrás de um acionista privado que é, de facto lesivo para a TAP, tem é de afastar esse acionista privado, tem de utilizar a capacidade que tem e, nomeadamente, os meios que já foram decididos do ponto de vista europeu, que estão disponíveis para os estados atuarem”, defendeu.
Portugal, na perspetiva de Catarina Martins, não pode “ficar sem uma companhia de bandeira” e a União Europeia já “alterou as suas regras, para permitir, face à crise de covid-19, que os vários estados possam intervir nas companhias aéreas de bandeira, injetando o capital necessário e nacionalizando essas empresas”.
“Portugal deve fazer o mesmo. Se não o fizer, quando o fizer pode bem ser tarde demais, pode a TAP já ter perdido todo o interesse estratégico para o país, o que terá um custo económico e de coesão avassalador para o nosso país e será o desbaratar do investimento público que ao longo de tanto tempo todo o país fez na TAP, a companhia de bandeira e uma companhia que sempre orgulhou o nosso país”, avisou.
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