Numa nota distribuída pela ARC Ratings, a agência refere que os maiores constrangimentos de Portugal se prendem com a dívida – acima dos 130% do PIB e que coloca o país vulnerável às oscilações da confiança nos mercados - e o défice orçamental.

No entanto, sinaliza que está a ser feita uma gestão “proativa” da dívida, capaz de controlar os riscos associados e que as previsões inscritas no Orçamento do Estado para 2018 são “confortáveis”.

Os esforços de consolidação orçamental têm sido também “extremamente vigorosos”, acrescenta.

De acordo com a ARC Ratings, a tendência de crescimento de Portugal, abaixo dos congéneres da zona euro, foi quebrada no segundo semestre de 2016, com um crescimento do PIB de 2,0% e acelerada nos primeiros nove meses de 2017, com um crescimento do PIB de 2,9% no primeiro semestre do ano e 2,5% no terceiro trimestre.

Este desempenho claramente venceu a média da zona euro no primeiro semestre (2,2%), mas foi apenas em linha no terceiro trimestre, e continuou a ser claramente abaixo dos 3,1% de Espanha no primeiro semestre e no terceiro trimestre.

“Ainda assim, este tem sido o melhor desempenho de crescimento do país desde 2000”, sinaliza.

Segundo a agência, é esperada uma moderação do crescimento português, esperando-se que este fique em torno dos 2,6/2,7% em 2017, e que caia depois para níveis em torno de 2,0% em 2018 e 2019, o que posicionará o país para um PIB “mais adequado ao ‘rating’ de Portugal”.

A agência destaca ainda os crescimentos ao nível do investimento e das exportações, que foram dando e é esperado que continuem a dar, embora em níveis mais moderados, “contribuições muito relevantes para a melhoria do atual crescimento e para a continuação da redução do desemprego”.

ARC também considera que no atual contexto, a moderação de consumo privado será a chave para evitar um retorno para os desequilíbrios macroeconómicos significativos que levaram Portugal a recorrer a assistência financeira internacional.