Em causa está o ponto dois da ordem de trabalhos da reunião magna que decorreu em Oeiras no início de novembro e em que foram aprovados os outros três pontos que estavam em votação.
A continuação nos estatutos do banco da regra que impõe limites aos direitos de voto foi aprovada em assembleia-geral, mas os acionistas ainda não deliberaram sobre se esse limite se mantém nos 20% ou se é aumentado para 30%, algo que só vai ser decidido hoje (depois de ter sido supensa a AG prevista para dia 21 de novembro).
A 20 de novembro, os chineses da Fosun anunciaram ter investido quase 174,6 milhões de euros para serem o maior acionista do BCP, com 16,7% do capital.
Quando foi convocada a reunião de novembro, os então quatro principais acionistas do banco (cujas participações se diluíram após a entrada da Fosun) – a petrolífera angolana Sonangol, o banco espanhol Sabadell – que entretanto vendeu a sua participação no BCP -, o Grupo EDP e o Grupo Interoceânico – consideraram que é “de manifesto interesse social que o banco possa continuar a dispor, como tem sucedido há mais de 20 anos, de uma cláusula de limitação de contagem de votos que propicie proteção e maior equilíbrio das várias posições acionistas”, mas defenderam que o limite seja alterado.
Assim, em vez de 20% propõem que o limite passe para 30% do capital social.
Esta alteração aos limites de votos é tida como fundamental para acomodar a pretensão do grupo chinês Fosun, que já tem em Portugal a Luz Saúde e a seguradora Fidelidade, de poder subir a sua participação no banco português até 30%.
Também a Sonangol tem a intenção de reforçar a sua posição no BCP, conforme confirmou a presidente da petrolífera angolana, Isabel dos Santos, no início deste mês.
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