“Houve uma pequena discussão. Quis deitar-me cedo ontem [sábado] à noite, mas havia muitos miúdos no corredor do hotel, que não paravam de bater à minha porta. A dada altura, fartei-me. Pedi-lhes, de forma muito simpática, que parassem. Foi então que a polícia foi chamada e me levou”, contou o corredor neerlandês aos jornalistas, antes do início da prova de fundo, da qual viria a desistir cerca de 30 quilómetros depois do arranque.
A polícia da Nova Gales do Sul (Austrália), sem nunca identificar Van der Poel, confirmou à agência France-Presse ter detido um homem de 27 anos (a idade do ciclista), acusado de dois casos de “agressão” contra duas adolescentes, de 13 e 14 anos.
“Pelas 22:40 [locais, menos nove horas em Lisboa] de sábado, um homem esteve envolvido numa altercação verbal com duas adolescentes de 13 e 14 anos num hotel de Brighton-Le-Sands. De acordo com os factos presumidos, ele terá empurrado as duas adolescentes, tendo uma caído ao chão e outra sido projetada contra a parede, o que lhe causou um pequeno arranhão no cotovelo”, informou a polícia em comunicado.
Na mesma nota, a polícia do estado da costa leste australiana precisa que, na sequência do incidente, a direção do hotel foi “informada” e, “de seguida, a polícia foi chamada”, com “um homem de 27 anos a ser detido pouco depois”, sendo levado para a esquadra de Kogarah, onde foi “acusado por dois casos de agressão”.
Libertado sob caução, Van der Poel deverá comparecer no tribunal de Sutherland, nos arredores de Sydney, na terça-feira.
O duas vezes vencedor da Volta a Flandres e primeiro líder do Giro2022, que era um dos favoritos à conquista do arco-íris, disse aos jornalistas que regressou ao quarto às “quatro horas da manhã”.
“Não é o ideal. É um desastre, mas não posso fazer nada. Darei o meu melhor”, acrescentou antes do arranque da prova de fundo, da qual desistiu por estar “mentalmente destruído”, segundo o manager da Alpecin-Fenix.
Christoph Roodhooft notou que ‘MVDP’ tinha muitas ambições para a prova de hoje, ganha pelo belga Remco Evenepoel, antes de revelar mais detalhes do incidente em que o corredor neerlandês esteve envolvido.
“O Mathieu foi-se deitar às 21:00 e à meia-noite ainda havia barulho. Os miúdos divertiam-se no corredor e batiam na sua porta. Ele saiu para dizer-lhes que parassem, mas evidentemente não da melhor maneira”, relatou, relevando que o ciclista “não conseguiu dormir” depois de regressar da esquadra.
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