Quando se fala de Nova Zelândia, há palavras que nos surgem automaticamente à cabeça. Desde logo o fruto kiwi, que também serve de nome de batismo a quem nasce neste país da Oceânia. Depois, “Senhor dos Anéis”, um dos muitos filmes que escolheram estas paisagens do hemisfério Sul como cenário. Para além da gastronomia e da cultura cinematográfica, é muito provável também que já tenha visto e ouvido falar dos All Blacks, a melhor equipa do mundo de râguebi da atualidade.
Trajados de preto dos pés à cabeça, o povo que dança o haka distingue-se pelo jogo à mão e pela destreza com que, entre ensaios e pontapés, põe a bola nos postes contrários.
Mudando de cor e de formato de bola, apresentemos agora os All Whites. Nem mais nem menos do que a equipa de futebol que se veste toda de branco e que será hoje o adversário de Portugal na Taça das Confederações que se disputa na Rússia.
O jogo terá lugar em São Petersburgo e encerra a fase de Grupos. Curiosamente, também hoje mesmo, os irmãos All Blacks jogam em Auckland contra os Lions (seleção constituída por jogadores ingleses e irlandeses) num primeiro de três jogos.
O futebol na terra do haka existe há 126 anos e é atualmente a 95.ª classificada do ranking da FIFA. Mas pouco se conhece dos jogadores neozelandeses escalados pelo selecionador Anthony Hudson, 36 anos, inglês nascido nos Estados Unidos da América, que está à frente dos Kiwis desde 2014 e que tem sido comparado a José Mourinho, com quem chegou a estagiar, em 2012, em Espanha.
Com muitos jogadores a atuarem no campeonato nacional na Nova Zelândia (semiprofissional), onde se destaca Kosta Barbarouses (Wellington Phoenix's), ou Austrália, com destaque para Marcos Rojas, de 25 anos, que atua no Melbourne Victory e é considerado uma das estrelas da equipa, há pinceladas de outros futebóis, na Europa e na América do Norte.
Entre eles destaca-se Chris Woods (Leeds United), que joga no English League Championship, onde marcou 27 golos na temporada passada. Considerado jogador do ano no clube inglês e integrando a equipa do ano da 2ª divisão inglesa nos prémios da Associação dos Jogadores Profissionais de Futebol (PFA), o avançado de 25 anos somou frente ao México o 20º golo e 51 presenças ao serviço da seleção. Um feito que não só o aproxima do recordista Vaughan Coveny (29 golos) e do colega de equipa, o veterano Shane Smeltz (24 golos em 56 jogos), como coloca-o numa galeria de 15 jogadores com mais de 50 internacionalizações, lista essa liderada por Ivan Vecelich (88 vezes), seguido do Simon Elliot (69) e Coveny, jogador que vestiu a camisola Kiwi em 64 ocasiões.
Monty Patterson (Ipswich Town), Sam Brotherton (Sunderland), Tommy Smith (Ipswich Town), são os outros “ingleses” que representam os All Withes. Bill Tuiloma (Marselha, França), Ryan Thomas (PEC Zwolle, Holanda), Deklan Wynne (Whitecaps FC 2, de Toronto, Canadá), Themistoklis Tzimopoulos (PAS Giannina, Liga grega), Stefan Marinovic, guarda redes que atua no campeonato alemão, no SpVgg Unterhaching, vencedor da Regionalliga Bayern e Kip Colvey, do San Jose Earthquakes, segunda Liga norte-americana são o contingente estrangeiro dos 23.
Wood, Smeltz - que aos 34 anos assinou recentemente pelos Newcastle Jets - e o guarda redes Glen Moss são os repetentes no “Torneio dos Campeões”.
4 presenças na Taça da Confederações sem pontuar. Dois mundiais e três pontos.
A Nova Zelândia tem no palmarés cinco títulos da Taça da Confederação de Futebol da Oceânia (OFC Nations Cup). Vencedor em 2016, ganhou o direito a estar na Rússia, na Taça das Confederações.
Na competição que se disputa no país de Putin, os All Whites somam duas derrotas. Curiosamente vestidos de preto, à semelhança dos All Blacks, defrontaram o México, perdendo por 2-1. Antes tinham sido derrotados pela seleção anfitriã, por 2-0.
Na sua quarta presença na Taça das Confederações, a seleção Kiwi ainda não somou qualquer vitória. Tem oito derrotas e um único empate, contra o Iraque, em 2009. Além disso, a seleção só marcou dois golos e sofreu 24.
Em relação a campeonatos do Mundo, registam duas presenças. Mundial de Espanha, 1982, em cuja fase de qualificação a equipa ganhou o nome de batismo de All Whites, devido à cor do equipamento e a um claro paralelismo com a equipa de râguebi, os All Blacks, e o Mundial da África do Sul, em 2010. Ai somou 3 pontos, fruto de três empates, sendo o mais surpreendente o feito frente à Itália, campeão do mundo em título então.
Independentemente do que conseguir nesta Taça de Confederações, servirá sempre de balão de ensaio para a terceira presença num Mundial, Rússia 2018, cuja fase de qualificação está bem encaminhada, e em que disputará, em agosto-setembro com as Ilhas Salomão uma vaga na repescagem contra o quinto classificado da América do Sul, no play-off de novembro.
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