Num texto enviado às redações, a SAD minhota justificou o desfecho com o “decréscimo de sete milhões de euros nos resultados operacionais”, fruto da “ausência das competições europeias” e do “efeito direto da pandemia de covid-19 nas receitas de 'sponsorização' e de bilhética” – a temporada em causa decorreu sem público na bancada.
Os custos também subiram por causa da política de continuidade da maioria dos jogadores da equipa principal, que, na perspetiva do Vitória, se vai traduzir numa “mais-valia relevante para a operação da SAD”, a “curto prazo”, com a “retoma da confiança do setor”, que se retraiu em 2020/21.
“[A sociedade] optou por não forçar um equilíbrio de contas que seria feito em prejuízo do projeto desportivo e de futuras melhores perspetivas de negócio”, indica o documento.
A “celebração de contratos profissionais com jovens jogadores avaliados com potencial de primeira equipa” e as “rescisões contratuais com atletas tidos como excedentários”, com “um custo aproximado de 0,7 milhões de euros” são outras razões alegadas para esse agravamento de custos.
Os vimaranenses apresentaram de novo um resultado negativo após seis épocas consecutivas com resultados positivos, que tiveram um pico de 2,8 milhões em 2016/17, também a melhor época desportiva da última década – quarto lugar no campeonato e final da Taça de Portugal.
O Vitória disse ainda que o resultado negativo antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – habitualmente designado EBITDA – foi de 680 mil euros, numa temporada em que o futebol português perdeu mais de 200 milhões de euros por causa da pandemia.
Já o ativo passou dos 27,86 para os 57,85 milhões de euros, enquanto o passivo subiu dos 23,45 para os 61,68 milhões.
O capital próprio positivo de 4,4 milhões de euros em 2019/20 transformou-se assim num valor negativo de 3,8 milhões no mais recente exercício.
O Vitória refere, no entanto, que alguns jogadores do plantel têm “um valor muito superior ao espelhado” no ativo, como são os casos de Marcus Edwards – avaliado em 150 mil euros -, e de vários jogadores provenientes da formação, ainda sem “valor de relevo para efeitos de ativo”, como André Almeida, Tomás Händel, Gui, André Amaro, Hélder Sá e Herculano Nabian”.
A SAD refere ainda que “a estratégia de recuperação do impacto financeiro passa naturalmente pela concretização dos objetivos desportivos”, pela “valorização dos ativos e nomeadamente dos jovens talentos” e pelo investimento na academia, com a “modernização das estruturas de trabalho” e o miniestádio para 2.500 pessoas em construção.
Os números patentes no relatório e contas da SAD para 2020/21 vão ser apreciados, discutidos e votados na assembleia-geral da sociedade, marcada para 30 de setembro, no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense.
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