“Queremos ganhar todos os jogos, mas não precisamos de queimar etapas. Acolham os jogadores logo no primeiro jogo com apoio e transmitam-lhes confiança. Queremos uma cultura de exigência e responsabilidade no clube, mas deem-lhes tempo e espaço. Temos potencial, história, estrutura e uma massa associativa fantástica para alcançar o que todos queremos”, disse José Peseiro, em entrevista à Sporting TV.

O novo técnico ‘leonino’ mostrou-se satisfeito com o trabalho desenvolvido até ao momento, embora admita que ter um grupo de 31 jogadores pode inibir a capacidade de alguns deles para expressar melhor as suas potencialidades, por sentirem que não têm espaço no plantel.

No trabalho que está a desenvolver, destacou três objetivos nesta fase, a assimilação dos princípios e ideias essenciais de jogo por parte dos jogadores, o desenvolvimento da sua capacidade técnico-tática e fisiológica e a avaliação destes visando uma escolha o mais objetiva possível.

“Para isso, temos de dar competição a todos os jogadores que cá estão, sem esquecer os que vão regressar e os que ainda serão contratados, os quais podem alterar a estrutura do nosso jogo”, explicou o novo técnico dos ‘leões’, que deu o exemplo dos regressos de Nani e Bruno Fernandes.

Para Peseiro, “são dois grandes jogadores, com caráter, que conhecem a exigência do clube e que sabem que podem constituir um fator de aglutinação como mais-valias para o plantel, passando uma mensagem de serenidade e confiança pelo seu nome, trajeto e história”.

Entrando nas questões de ordem tática, Peseiro lembrou que na sua anterior passagem pelo Sporting privilegiava um 4x4x2 em losango, mas agora, como o grupo não está fechado, tudo vai depender dos médios e avançados com que irá contar para poder tomar decisões nesse plano.

“Vamos ser uma equipa que, em 80 por cento do tempo de jogo, terá o domínio e o controlo do jogo, uma equipa que terá de estar em grande nível na sua organização defensiva, na transição defensiva e ofensiva, com capacidade e plasticidade para jogar em todos os momentos do jogo”, referiu José Peseiro, reconhecendo que é hoje um treinador mais completo do que era há 14 anos, na sua primeira passagem por Alvalade.

Nessa altura, lembrou que o Sporting era uma equipa que praticava um futebol de ataque espetacular, que marcava muitos golos, mas admite que também sofria mais golos do que gostaria e que o futebol não é algo estanque e que está em permanente mudança e evolução.

“Quero continuar a ter uma equipa que pratique um futebol atrativo, mas porventura mais equilibrada, que conjugue uma boa organização defensiva com uma boa dinâmica ofensiva, que lhe permita atacar com mais gente para uma melhor eficácia e qualidade do seu jogo coletivo”, disse Peseiro, que elogiou ainda os jovens Matheus Pereira e Rafinha, este último contratado ao Vitória de Guimarães.