Com uma época praticamente imaculada, em que soma apenas uma derrota frente ao Sporting de Braga, na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, o Benfica acabou por eliminar as arsenalistas em Braga e garantir uma vaga num dos jogos mais desejados do ano.
João Marques, treinador das ‘águias’, rejeita que o mais difícil esteja feito, pede concentração, mas admite que a época tem sido “muito positiva”.
“É prematuro fazer um balanço, mas o que projetámos no início da época está próximo. Não ganhámos nada, ainda falta muito, mas estamos próximos do que desejamos e dos títulos que o clube quer”, disse o treinador em entrevista à agência Lusa.
No caminho dos encarnados até ao Jamor, que receberá a final a 18 de maio, Palmelense, Torreense, Marítimo, Ribeirão e Sporting de Braga foram os adversários ultrapassados pelas ‘águias’. Tudo somado, 83 golos marcados e apenas cinco sofridos, num trajeto que João Marques frisa que estava há muito delineado.
“Quando o Benfica me convidou para este projeto, na primeira reunião disse que o meu objetivo era ganhar a Taça de Portugal e subir de divisão. A equipa foi projetada por mim e sempre soube que trabalhando, com compromisso, dedicação e entrega, seria uma equipa com muito para dar ao Benfica e ao futebol feminino”, afirma o técnico.
Na primeira mão da meia-final, frente ao Braga, no Estádio da Tapadinha, as ‘encarnadas’ sofreram a primeira derrota da época, mas na conferência de imprensa João Marques não hesitou em dizer que o Benfica ia estar na final.
“Depois da primeira mão e de ver o nosso adversário tive a certeza de que íamos ao Jamor. Disse às jogadoras que íamos estar na final porque percebi que a nossa equipa era superior. As jogadoras sabem a qualidade que têm e isso nunca foi um problema”, realça o treinador, que ainda assim rejeita euforias para a final frente ao Valadares Gaia.
“Vamos respeitar muito o Valadares e estas jogadoras não acreditam em facilidades. Vamos chegar lá para ganhar, algo que é muito importante para este projeto. Temos de trabalhar para trazer o primeiro título para o Benfica no futebol feminino”, termina.
Diva Meira, lateral esquerda do Benfica e uma das benjamins do plantel, confidencia que estar no Jamor é “um sonho” que já há muito estava na agenda ‘encarnada’.
“Quando começámos a pré-época, o primeiro jogo que fizemos foi no Jamor e o mister disse-nos que também íamos acabar ali e ganhar a Taça de Portugal. Para mim é um sonho, ter 19 anos e pela primeira vez ir jogar uma final da Taça”, diz a defesa, que, apesar de reconhecer que o Benfica é favorito nesse jogo, não espera facilidades e lembra que é necessário respeito pelo Valadares.
“É uma boa equipa, mas trabalhamos desde o primeiro dia para a final da Taça. Queremos chegar lá e levantar o troféu naquele estádio mítico”, antecipa.
Já Yasmim Ribeiro, defesa brasileira que chegou este ano a Portugal depois de ter vestido a camisola do Corinthians, já percebeu o significado deste jogo e deseja carimbar a época de estreia do Benfica no futebol feminino com a conquista do troféu mais emblemático da modalidade.
“Pensamos nesse dia e o meu desejo é que consigamos encher o estádio e proporcionar um grande espetáculo. Espero que seja histórico para o clube e para a modalidade”, conclui.
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