Em declarações prestadas na sessão de apresentação de resultados da oferta pública de subscrição da emissão obrigacionista da FC Porto SAD para o período 2017-2020, na Euronext, em Lisboa, o dirigente portista revelou também a existência de um acordo com a UEFA, a ser tornado público em breve, relativamente ao incumprimento das regras de 'fair-play' financeiro.
"Qualquer clube dos três grandes, para manter as contas equilibradas, tem de vender jogadores e fazer mais-valias. Nenhum orçamento dos três grandes será equilibrado sem isso", frisou, acrescentando: "As finanças não são preocupantes, mas obrigam a não repetir algumas coisas que em termos financeiros foram feitas. O FC Porto vai entrar num momento mais apurado."
Depois de ter reconhecido em maio que pode ser penalizado pela UEFA em um milhão de euros por incumprimento das leis de 'fair-play' financeiro, o FC Porto, pela voz do seu administrador da SAD, confirmou hoje a definição de um compromisso com o organismo que tutela o futebol europeu, embora não tenha revelado pormenores do acordo.
"Este acordo é bom para o FC Porto. Fizemos uma proposta de desenvolvimento do FC Porto que foi sancionada pela UEFA. Não está nem mais nem menos do que aquilo que achávamos indispensável para solidificar economicamente o FC Porto", disse.
Fernando Gomes foi, naturalmente, confrontado com uma possível oficialização de Sérgio Conceição como novo treinador dos 'dragões', mas recusou tecer quaisquer declarações sobre esse âmbito, abordando apenas em termos gerais a definição do plantel com o futuro técnico.
"Só depois do novo treinador assinar é que haverá uma conversação entre treinador e SAD para verificar com que plantel irá trabalhar. Não haverá nenhum 'diktat' da administração para o treinador e, seguramente, também não haverá do treinador para a SAD", frisou.
Já sobre os resultados do oitavo empréstimo obrigacionista da SAD portista, no valor de 35 milhões de euros e com uma taxa de juro nominal bruta de 4,25%, a procura válida foi superior a 45 milhões de euros, tendo sido subscrito por 3.471 investidores. De resto, esta é a emissão portista com a taxa mais baixa desde que iniciou os empréstimos obrigacionistas em 2003.
O administrador da SAD do FC Porto explicou que a contração deste novo empréstimo destinou-se, essencialmente, à gestão corrente das contas 'azuis e brancas': "Esta emissão obrigacionista visou o financiamento da tesouraria normal do FC Porto. Não se destinou a nenhum fim especial, ao reforço do plantel ou ao investimento em infraestruturas."
Fernando Gomes considerou, finalmente, a operação "um sucesso", lembrando ainda que a maioria dos investidores são "pequenos aforradores" e que essa circunstância "traz responsabilidades acrescidas" ao FC Porto.
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