Numa audição na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na Assembleia da República, o líder federativo expôs também a sua preocupação com a escalada do clima de ódio no futebol português, enfatizando, além das suas propostas, a relação com a arbitragem, o comportamento dos adeptos e a ética entre dirigentes.
Nesse sentido, o presidente da FPF apresentou aos deputados quatro sugestões de mudança.
"A criação de uma autoridade administrativa exclusivamente vocacionada para a segurança e combate à violência no desporto, dotada de recursos e não apenas de atribuições e competências", começou por referir.
De seguida, defendeu uma "maior eficácia na aplicação das medidas de interdição de acesso a recintos desportivos”; apelou também a "mudanças na política de apoios e regulação dos grupos de adeptos; e instou a avaliação de uma "possível retirada de benefícios aos promotores na comparticipação dos encargos com policiamento".
O diagnóstico de Fernando Gomes mereceu a concordância unânime dos diferentes partidos representados no parlamento, embora quase todos tenham questionado o dirigente se o atual quadro regulamentar e disciplinar tem falta de recursos para aplicar os instrumentos disponíveis na FPF.
Sobre essa matéria, o presidente do organismo máximo do futebol nacional reconheceu que a "FPF não tem intervenção nos regulamentos" e a sua capacidade de intervenção é reduzida: "É só para ratificar ou não ratificar o que é aprovado na Liga. Estamos disponíveis para ajudar no sentido de criar um quadro sancionatório mais dissuasor".
Ao longo de cerca de hora e meia de discussão, o líder da Federação, que não falou à comunicação social após a reunião, garantiu igualmente que o organismo vai "aumentar a exigência em relação aos dirigentes", com a imposição de um "curso de formação" para todos os que se sentarem no banco em competições nacionais.
Como consequência da análise à postura dos dirigentes, Fernando Gomes lamentou ainda a existência de vários programas de opinião e comentário na televisão.
"Gostaria que esses programas fossem efetivamente sobre futebol. Estaríamos muito contentes se isso acontecesse", afirmou.
Paralelamente, o presidente da FPF deixou a porta aberta a eventuais alterações à Lei de Bases e ao Regime Jurídico das Federações Desportivas, a fim de promover a "civilidade, convívio e ‘fair-play’", reiterando a disponibilidade para colaborar com todos os agentes envolvidos no desporto.
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