O treinador português deixou surpreendentemente no banco o seu goleador, o sueco Zlatan Ibrahimovic, e montou um sistema de jogo em 3x5x2 que neutralizou os pontos fortes do Chelsea, de tal modo que o atual líder da ‘Premier League’ não fez um remate enquadrado com a baliza ao longo dos 90 minutos.
Com Ander Herrera a fazer marcação individual ao belga Eden Hazard, e um meio-campo bem preenchido, com Valência e Ashley Young como médios-ala, o espanhol, Fellaini e Pogba no corredor central, o United asfixiou o jogo ofensivo do Chelsea, roubando-lhe espaço para ‘respirar’, e deixando quase sempre a sua referência atacante, Diego Costa, desamparada entre o trio Bailly, Rojo e Darmian.
Na frente, Rashford, que viria a ser uma das figuras da partida, a par de Herrera, e Lingard, dois jovens, velocistas, prontos a explorar essa característica e as costas da defesa do Chelsea, como sucedeu no lance do primeiro golo, logo aos sete minutos.
Um passe magnífico de Herrera, que antes dominou a bola com o braço, para as costas de David Luiz, a solicitar a desmarcação de Rashford, o qual, à saída de Begovic, titular na ausência do lesionado Courtois, meteu a bola fora do alcance do bósnio.
O Manchester United teve o jogo sempre controlado e esteve muito perto do segundo golo ainda antes do intervalo, perante um Chelsea manietado, incapaz de criar espaços de penetração na ‘muralha’ defensiva dos ‘red devils’, cujos jogadores assumiram desde o primeiro minuto a atitude competitiva que se exigia num jogo deste grau de exigência.
Na segunda parte, o Manchester United reforçou a sua confiança com a marcação do segundo golo, logo aos 49 minutos, por Herrera, num remate à entrada da área desviado por Zouma, a trair Begovic, e o Chelsea foi simplesmente incapaz de alterar o rumo dos acontecimentos.
Conte ainda tentou fazê-lo, com as entradas de Fàbregas e Willian, em detrimento de Moses e Matic, aos 54 e 66 minutos, mas Mourinho respondeu de imediato, sacrificando Lingard para a entrada do veterano Carrick, que reforçou a consistência do ‘miolo’, ‘matando à nascença’ qualquer veleidade do Chelsea dar a volta ao resultado.
Aos 83 minutos, Mourinho substituiu Rashford, exausto, por Zlatan Ibrahimovic, que não deu o mínimo sinal de enfado por ter ficado no ‘banco’ ao entregar-se ao jogo com total disponibilidade e espírito de sacrifício.
No banco do Chelsea, sentou-se o guarda-redes português Eduardo, mas não chegou a sair dele.
Com este triunfo, o Manchester relança a luta pelo título, que parecia ‘entregue’ ao Chelsea em função da vantagem pontual que chegou a usufruir, e que neste momento se cifra em meros quatro pontos sobre o Tottenham, segundo classificado.
Os ‘spurs’, que golearam sábado por 4-0 na receção ao Bournemouth, somam 71 pontos, contra 75 do Chelsea e 66 do Liverpool, terceiro, que, no outro encontro dominical, venceu por 1-0 no reduto do West Bromwich, graças a um tento do brasileiro Roberto Firmino, nos descontos da primeira parte.
Por seu lado, a equipa de Mourinho subiu ao quinto lugar com 60 pontos, a quatro do Manchester City (3-0 em Southampton, no sábado) e a seis do Liverpool, quarto e terceiro classificados, respetivamente, mas os ‘red devils’ têm menos um jogo do que os ‘citizens’ e menos dois do que os ‘reds’.
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