Questionado sobre as palavras do antigo jogador, numa entrevista dada durante a quarentena do técnico, Jesus concordou que “todos têm de assumir a responsabilidade”, mas sublinhou que o surto que afetou o grupo de trabalho ‘encarnado’ foi “o responsável número um por tirar os jogadores da sua melhor forma”.
“Se fizerem uma retrospetiva, vejam, nesse mês e tal, quantos pontos é que o Benfica perdeu. Foram exatamente 11 pontos”, frisou o técnico, em conferência de imprensa, no Seixal, em alusão à distância que separa a sua equipa do primeiro lugar, ocupado pelo Sporting.
Nesse sentido, apesar de admitir que nesse período aconteceram coisas que a equipa tem de “assumir” e “não voltar a fazer”, lembrou que aquilo que dizem “o presidente, o Rui Costa e o treinador” se deve a saberem que tinham de “fazer melhor”, mas garantiu que também sabem porque não o conseguiram fazer.
“Isso tenho eu a certeza absoluta, até mais do que eles, porque eu é que sou o treinador, trabalho com eles todos os dias, ou não, porque estive três semanas e a minha equipa técnica toda doente. Portanto, quem quiser fugir à realidade, pode dizer o que quiser, mas a realidade é esta. Foi só isto? Não. Também houve outros casos que não têm nada a ver com a covid-19 e que podíamos ter feito melhor. Ponto final. Não tenho dúvida nenhuma sobre isso”, atirou Jorge Jesus, que revelou ter perdido “seis quilos” devido à doença.
Ainda sobre o surto que afetou o plantel, o técnico mostrou-se satisfeito por voltar a poder contar com todos os jogadores, exceto “[Luca] Waldschmidt, Jardel e André Almeida”, por lesões que “não têm nada a ver com covid-19″, o que lhe dá a possibilidade de “mexer na equipa com confiança”.
Ao plantel, juntou-se recentemente o reforço Lucas Veríssimo, que também já foi infetado pela covid-19 no Brasil, “portanto não vai estar três ou quatro semanas sem competir”.
Mas, apesar de ter “uma vantagem” porque “tem estado a jogar”, o brasileiro, contratado ao Santos, ainda não vai estrear-se na quinta-feira pelo Benfica, frente ao Estoril Praia, “a não ser que algum dos defesas centrais disponíveis apareça lesionado”.
Lucas Veríssimo, por outro lado, “é mais rápido” do que todos os outros jogadores da mesma posição no plantel ‘encarnado’ e dá “mais segurança” para jogar num sistema de três centrais, porque “está habituado a essa ideia de jogo”, mas Jesus frisou que esse sistema não é a sua prioridade neste momento.
“Pode ser num ou outro jogo que possamos achar que ter três jogadores no corredor central nos dará maior posicionamento e equilíbrio, podemos pensar nisso, se calhar mais para os jogos da Liga Europa e menos para os jogos em Portugal”, admitiu o treinador.
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