O projeto inédito a nível nacional, como explicou à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, envolveu a instalação de várias casas prefabricadas na zona do Escarpão e implicou um investimento na ordem dos 150 mil euros.
Além das habitações e das condições de vida, o projeto inclui a construção de projetos de integração por agregado e trabalho individualizado com cada um dos elementos dos agregados familiares.
Um projeto transitório porque os contratos hoje assinados pelas famílias são para 36 meses, um período em que se pretende que cada agregado familiar se integre na comunidade de Albufeira e ganhe ferramentas para ser autossuficiente.
“Rotulamo-lo como uma incubadora de competências”, observou a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, Patrícia Seromenho, acrescentando que o projeto envolve a área da educação para os mais jovens mas também tem ações de alfabetização para os mais velhos.
O Instituto do Emprego e da Formação Profissional está a colaborar com o projeto através de ações de formação profissional e de requalificação que facilitem a integração dos membros adultos no mercado de trabalho.
Quando cada agregado familiar tiver reunido condições para sair da Aldeia de Sanacai, o espaço que ficará livre será ocupado com outras famílias que necessitem do mesmo tipo de apoio, explicou Patrícia Seromenho.
“O nosso olhar não passa apenas pelo assistencialismo, passa por um trabalho de intervenção no terreno para a integração”, sublinhou aquela responsável.
O projeto foi inicialmente pensado para acolher 39 membros daquela comunidade cigana, mas acolhe 33 elementos porque os restantes conseguiram instalar-se em outra habitação.
O presidente da Câmara contou que a comunidade recebeu bem este projeto, que disse ser uma forma de passar os princípios escritos na Constituição Portuguesa para o terreno, como é o caso do princípio da igualdade.
“São cidadãos portugueses, temos de lhes dar uma oportunidade e vamos lutar para que o projeto tenha sucesso”, concluiu.
A inauguração da “Aldeia de Sanacai” contou com a presença da secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, que elogiou a iniciativa inédita a nível nacional e disse esperar que possa ser replicada noutros pontos do país.
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