“É evidente que a época vai decorrer como está previsto. Os clubes têm de ficar descansados, vai tudo correr normalmente. Estamos preparados para reagir, de for caso disso, com a convicção absoluta de que estamos a fazer o que nos compete”, afirmou Carlos Amado da Silva, em conferência de imprensa, na sede da FPR.
Os ‘engenheiros’, que foram despromovidos administrativamente ao último escalão nacional, viram o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anular essa decisão do Conselho de Disciplina (CD) e recorreram, agora, àquela instância para impedir o início da competição antes da sua reintegração.
Amado da Silva, no entanto, contrapôs que a decisão do TAD “não significa que o campeonato não possa começar ou que o Técnico tenha razão desportiva”, e assumiu que, caso o TAD julgue procedente a providência cautelar do Técnico, o caso seguirá “para o Tribunal [Central] Administrativo” do Sul (TCAS).
“É um direito que nós temos e fá-lo-emos, com certeza. Portanto, a minha garantia de que o campeonato vai começar no dia 08 [de outubro] é praticamente total, porque nós vamos recorrer, como é lógico”, adiantou o líder federativo.
O presidente da FPR, de resto, frisou que “os clubes podem ter a certeza de que nenhum dos que estão inscritos na Divisão de Honra será prejudicado” e que fará “tudo” para que o campeonato arranque mesmo no dia 08.
“Por nossa vontade, será assim, sem dúvida nenhuma”, disse, taxativamente, quando questionado diretamente se a competição terá início em 08 de outubro, com os 10 clubes previstos, independentemente da decisão que emanar do TAD.
Amado da Silva disse ainda ter convocado a imprensa para reagir a “sistemáticos comunicados com mentiras sucessivas” da parte do Técnico, no sentido de esclarecer “a realidade dos factos”, e reservou críticas para o próprio TAD, “que não analisou as situações” do ponto de vista desportivo e não ouviu “ninguém” no decorrer do processo.
O dirigente disse, no entanto, estar “confiante” de que o TAD tomará uma decisão favorável à FPR “nesta segunda fase do processo” e garantiu que o FPR não irá “incumprir nenhuma decisão legal”, mas remeteu para “os superiores interesses da modalidade” para defender a decisão de seguir para o TCAS no caso de a decisão do TAD ser favorável ao Técnico.
“Os interesses da modalidade sobrepõem-se a qualquer tipo de decisão desse género. Podemos entender que devemos começar o campeonato, se for do interesse da modalidade. É nossa obrigação fazer tudo para que isso aconteça e, portanto, tudo faremos”, concluiu Amado da Silva.
Em 20 de abril, o Conselho de Disciplina da FPR considerou procedente um protesto do CDUL que alegava que o Técnico tinha utilizado nove jogadores de forma irregular no encontro entre as duas equipas, em 23 de março, infringindo o artigo 37.º, n.º 1 a) do Regulamento de Disciplina.
Dez dias depois, em 30 de abril, a direção da FPR decidiu aplicar a decisão do CD, após receber um recurso do Técnico, desclassificando os, então, ainda campeões nacionais e despromovendo-os ao último escalão competitivo português.
O Técnico recorreu para o Conselho de Justiça da FPR, que, em 06 de maio, considerou improcedente o recurso, num despacho em que revelava ainda que os ‘engenheiros’ teriam já recorrido da decisão também junto do TAD.
Em 18 de agosto, de acordo com informação avançada pelo Técnico, o TAD anulou as decisões da direção da FPR e do seu Conselho de Disciplina, mas o organismo que superintende a modalidade em Portugal anunciou, no mesmo dia, que deveria recorrer para as instâncias superiores.
O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.
Com sede nas Olaias, os ‘engenheiros’ somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).
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