“O Presidente ucraniano está a pensar e a pesar os prós e os contras”, declarou Dmytro Kuleba, que falava por videoconferência na Conferência Política Mundial, organizada nos Emirados Árabes Unidos.
“Não é que ele não queira realizar eleições, mas a realização de eleições nas atuais circunstâncias exigiria um trabalho sem precedentes e exigiria enfrentar desafios sem precedentes”, acrescentou.
Antes do início da invasão russa da Ucrânia em 2022, estavam planeadas eleições presidenciais para 2024. Mas a lei marcial, em vigor desde o início da guerra, dificulta o funcionamento eleitoral.
No início de setembro, Volodymyr Zelensky já tinha dito que estava pronto para organizar eleições no seu país em tempos de guerra “se o povo precisar”.
“Não é uma questão de democracia”, assegurou mas, além de problemas de segurança, há outros problemas a resolver, entre os quais o voto dos soldados que lutam nas trincheiras, ou a chegada de observadores internacionais a uma zona de guerra.
A esta lista, Dmytro Kuleba acrescentou a organização do voto para os milhões de ucranianos no estrangeiro e o risco de que as assembleias de voto na Ucrânia possam tornar-se “alvos perfeitos para mísseis e ‘drones’ russos”.
Zelensky não disse claramente se irá tentar um segundo mandato, mas um dos seus antigos conselheiros, que caiu em desgraça por ter contrariado a versão oficial sobre um míssil russo que matou 44 pessoas em Dnipro, já anunciou as suas ambições presidenciais.
“Sim, vou concorrer”, disse Oleksi Arestovich à agência Interfax-Ucrânia na quarta-feira, publicando um programa de reformas nas redes sociais.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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