“Estou confiante de que tenho o apoio de muitos líderes. Eles conhecem-me e sabem da minha experiência”, afirma hoje Ursula von der Leyen, falando com a Lusa, a Efe e a Bloomberg, que acompanharam a sua participação na ação de campanha da Aliança Democrática (AD) na quinta-feira no Porto.
A 20 dias de uma reunião decisiva dos chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) sobre nomeações para altos cargos institucionais europeus da próxima legislatura — como Comissão, Parlamento e Conselho Europeu –, Ursula von der Leyen vinca que “existe uma forte unidade no seio do Partido Popular Europeu [PPE] a todos os níveis”.
“Desde o Conselho Europeu até ao Parlamento Europeu, o que constitui a primeira pedra basilar de uma ampla coligação para uma Europa forte”, salienta, quando questionada sobre as possibilidades de ser reeleita no cargo que desempenha desde 2019.
A decisão será tomada na reunião do Conselho Europeu de final deste mês, cabendo depois ao Parlamento Europeu aprovar, em meados de julho e por maioria absoluta, o nome do novo líder do executivo comunitário.
“Depois das eleições, quero construir uma ampla coligação para uma Europa forte, a partir do centro e, para o fazer, estou aberta a trabalhar com todos os eurodeputados que sejam pró-Europa, pró-Ucrânia e pró-Estado de Direito”, salienta Ursula von der Leyen, nestas declarações aos três jornalistas que acompanharam a sua deslocação a Portugal, incluindo a Lusa.
“Sou a candidata principal do PPE e faço campanha por um resultado forte do PPE, mas para construir uma Europa forte, precisamos de uma maioria forte no centro político”, insiste a candidata de centro-direita, abrindo a porta a dialogar com socialistas, liberais e verdes.
Quando questionada pela Lusa sobre as críticas que lhe foram feitas na campanha política em Portugal, ligando-a à extrema-direita por estar disponível por conversar com conservadores, Ursula von der Leyen adianta: “Os extremistas de extrema-esquerda e de extrema-direita estão a tentar dividir-nos, mas nós não vamos permitir que isso aconteça. O centro deve manter-se”.
É o Parlamento Europeu que tem de aprovar, após proposta do Conselho Europeu, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (num total de 720 lugares).
Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a favor, 327 contra e 22 abstenções, numa votação renhida.
A presidente da Comissão Europeia e candidata do Partido Popular Europeu a um segundo mandato (que foi eleita em 2019 sem ser candidata) esteve na quinta-feira no Porto para arruada e comício da AD, com o seu discurso no final a ser marcado por uma interrupção de dezenas de manifestantes de apoio aos palestinianos, que pediram uma “Palestina livre” de Israel.
Os protestantes acabaram por abandonar o local, escoltados por elementos da PSP, com os quais se envolveram em confrontos, enquanto os apoiantes da AD tentavam fazer seguir o comício com palavras de apoio a Ursula von der Leyen.
Cerca de 400 milhões de eleitores são chamados a escolher os 720 deputados ao Parlamento Europeu, nas eleições que decorrem nos 27 Estados-membros da União Europeia. Portugal vai eleger 21 eurodeputados no domingo.
Portugal foi o 16.º país visitado por Ursula von der Leyen em dois meses de campanha para as eleições europeias, que acumulou com as suas funções de líder do executivo comunitário. O Porto foi a 25.ª cidade.
* A Lusa viajou a convite do PPE
Comentários