Reunidos em congresso extraordinário, os 275 delegados de Os Verdes (Die Grünen) votaram 93,18% a favor do acordo, assinado a 02 de janeiro pela direção do partido com os conservadores do Partido Popular Austríaco (ÖVP).
“A Europa está a observar-nos e o que estamos a fazer é importante à escala continental”, disse o líder de Os Verdes, Werner Kogler, que saudou a oportunidade de poder “enterrar a energia fóssil” e alcançar “neutralidade carbónica” no país.
Estas medidas, negociadas com o líder do OVP, Sebastian Kurz, e saudadas por organizações não governamentais justificam, segundo Os Verdes, as concessões feitas aos conservadores em outras áreas.
Os ambientalistas, que terão quatro ministérios contra nove do ÖVP, admitem que tiveram de “engolir sapos” para encontrar um terreno comum.
“Não podemos esquecer que tivemos 13,8%”, disse, por seu lado, Birgit Hebein, chefe do Die Grünen em Viena.
Uma das cedências foi a validação da política rígida dos conservadores em matéria de migrações.
Para Os Verdes, a aprovação do acordo de governo visa demonstrar igualmente “responsabilidade e realismo” para ” evitar que Sebastian Kurz voltasse a governar com a extrema direita (FPÖ)”.
Sebastian Kurz tinha formado um governo com o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ, extrema-direita) em dezembro de 2017, mas, dezoito meses mais tarde, a aliança desfez-se após um escândalo de corrupção envolvendo o vice-chanceler nacionalista Heinz-Christian Strache.
As eleições legislativas antecipadas convocadas para setembro foram ganhas pelo ÖVP (37,5%) e Sebastian Kurz precisava apenas de uma força de apoio para obter uma maioria no parlamento e regressar à chancelaria.
Descartando os social-democratas, que ficaram em segundo lugar, iniciou negociações com os ambientalistas, que subiram 10 pontos da votação de setembro, com quem chegou a acordo no início deste mês.
No final das negociações, o líder dos conservadores austríacos congratulou-se com o “excelente acordo” de governo com Os Verdes, adiantando que as negociações entre dois partidos “muito diferentes” não foram fáceis.
“Conseguimos reunir o melhor dos dois mundos”, declarou Sebastian Kurz, que defende uma linha dura sobre a imigração e que considera “possível defender o clima e as fronteiras”.
Os Verdes, conotados com a esquerda austríaca, revelaram-se virulentos opositores à política de imigração, de segurança e às opções orçamentais do governo que Kurz, 33 anos, liderou com o FPÖ, durante 18 meses.
O novo governo deverá tomar posse na terça-feira em Viena.
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