“Sou testemunha num inquérito do Ministério Público sobre uma saudação nazi num comício do Chega, no Porto”, afirmou, confirmando a notícia avançada hoje pelo Correio da Manhã.
Na carta enviada ao deputado, e à qual a Lusa teve acesso, André Ventura fica “notificado, na qualidade de testemunha”, num inquérito que o Ministério Público abriu e é pedido que responda a algumas questões sobre o comício do Chega que decorreu no dia 25 de janeiro, no Porto.
Entre as perguntas colocadas, o Ministério Público indica que “foi noticiado publicamente que uma pessoa do sexo masculino, aquando da emissão do hino nacional, efetuou enquanto este decorria uma ‘saudação nazi’” e questiona se Ventura “pode concretizar que gesto foi efetuado, de acordo com o que presenciou” e se na altura foi entendido pelos presentes como uma saudação desse teor.
A oficial de justiça pergunta também se o deputado “conhece a pessoa que o fez” e se “pode indicar a sua identidade”, querendo ainda uma cópia da inscrição no comício “da pessoa que efetuou a indicada saudação”.
O Ministério Público questiona ainda se o presidente demissionário do Chega tinha conhecimento de que este gesto iria ser feito naquela noite e pede que identifique outras pessoas que estiveram presentes, entre as quais dois homens que aparecem numa fotografia a ladear André Ventura, querendo saber se algum deles foi o autor da saudação.
Num vídeo divulgado nas redes sociais na altura do comício, gravado a partir da plateia, ouve-se o hino nacional e é visível um homem também na plateia, junto ao palco, com o braço direito esticado e a mão estendida, enquanto André Ventura está em cima do palco, de mão ao peito.
Em declarações à Lusa, o deputado único do Chega adiantou que irá “colaborar totalmente com o Ministério Público” e que serão facultados os dados pedidos, mas alega que não conhece os homens da fotografia.
"Eu não sabia que ia ser feita uma saudação nazi e na altura não me apercebi do que estava em causa", assinala, indicando que o vai pedir à organização do comício que "tentem identificar a pessoa em causa".
André Ventura disse ainda esperar que o Ministério Público "não perca muito tempo com isto".
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