“Eles [Governo venezuelano] reforçaram a presença militar na fronteira com o Brasil (…) limitaram o tráfego de veículos e fazem revisões detalhadas”, denunciou Ángel Medina, deputado da Assembleia Nacional, na sua conta da rede social Twitter, na sexta-feira.
A presença militar foi reforçada em Santa Helena Uairén, no estado venezuelano de Bolívar, no sul do país, acrescentou Ángel Medina.
Nos últimos dias, o governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que poderia enviar assistência humanitária através das fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia. O presidente interino Juan Guaidó confirmou que a assistência entraria pelo Brasil, pela Colômbia e por uma ilha nas Caraíbas que não especificou.
Os primeiros camiões com alimentos e remédios, oriundos dos EUA começaram a chegar à Colômbia, onde aguardarão o desbloqueio de pontes entre os dois países latino-americanos.
Esta semana, Nicolás Maduro já tinha criticado os EUA por estarem a tentar uma intervenção militar na Venezuela, dissimulada por uma estratégia de alegada ajuda humanitária.
“A Venezuela não tolerará o espetáculo da chamada ajuda humanitária, porque não somos os mendigos de ninguém”, disse na sexta-feira Nicolas Maduro numa conferência de Imprensa no palácio presidencial.
A tensão política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino da Venezuela e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Após a sua autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e tem vindo a ganhar o reconhecimento de vários países, nomeadamente de Portugal.
Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.
A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
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