“Estamos a conjugar esforços para responder, adaptarmo-nos. Em relação aos picos de calor como os que estamos a ter, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil determinou a constituição de 40 equipas, mais de 200 elementos que estão preposicionados no território para se mobilizarem devido ao risco elevado de incêndio”, afirmou José Luís Carneiro, após visita ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
As previsões do IPMA apontam para um mês de maio mais quente que o normal e sem chuva – após meses já marcados por temperaturas acima do normal e precipitação também abaixo do normal.
Um dos indicadores mais preocupantes é o da área ardida acumulada em 2023 e que está acima da média dos últimos 16 anos (2006 a 2022), tanto em Portugal como na Áustria, Irlanda ou Espanha, segundo nota enviada pelo MAI.
Associados a essas previsões estão os valores meteorológicos registados em abril e que colocam o mês entre os cinco mais quentes desde 1931 (92 anos):
- Três ondas de calor e com temperaturas superiores a 30 graus;
- O dia mais quente dos últimos 16 anos e que representou uma anomalia térmica à superfície;
- O mais severo em termos de risco de incêndio desde 2003 (20 anos) e por larga margem.
Da diminuição acentuada da chuva que se tem verificado desde janeiro e em particular no sul do país, tendo mesmo sido quase nula no mês de fevereiro, decorre um conjunto de consequências, nomeadamente:
- A percentagem de água no solo é quase nula em várias zonas de Trás-os-Montes, no cento e sul do continente;
- 89% do território está em situação de seca;
- 34% está em situação de seca severa e extrema (Alentejo e Algarve).
Esta realidade estende-se a países como a Espanha, França, Itália, Grécia e Turquia, bem como a várias ilhas mediterrânicas.
Os últimos dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera confirmam as piores previsões ao apontarem para um mês de maio mais quente que o normal e sem chuva – após meses já marcados por temperaturas acima do normal e precipitação também abaixo do normal.
“As pessoas devem dirigir-se às câmaras municipais, aos serviços municipais de proteção civil, devem dirigir-se aos corpos de bombeiros e procurarem manter trabalhos de limpeza, sempre acompanhados por equipas de proteção civil municipal ou bombeiros de forma a que o possam fazer salvaguardando as suas vidas e património”, sublinhou o Ministro da Administração Interna, durante a visita ao IPMA esta manhã, referindo-se ao fim do prazo legal para essa limpeza.