“Da consulta relativa aos serviços ferroviários de transporte de passageiros destacam-se […] as matérias relacionadas com ‘preços e aquisição de títulos’, que apresentam um maior nível de satisfação, com uma evolução positiva nos últimos dois anos nos serviços urbanos e suburbanos”, adiantou, em comunicado, a AMT.
No sentido inverso, manifestaram um “sentimento generalizado de insatisfação” face a todos os serviços ferroviários de passageiros, com exceção do alfa pendular.
Atrasos, perturbações e as condições para os passageiros portadores de deficiência ou mobilidade reduzida “geraram maior insatisfação”, revelou o documento.
Os utilizadores defendem ser prioritário assegurar uma maior pontualidade e frequência, bem como modernizar o material circulante e aumentar o número de lugares sentados nos comboios e nas estações.
Por outro lado, querem a melhoria de meios de acesso dos passageiros com mobilidade reduzida às estações, comboios e máquinas de venda e da informação e assistência disponibilizada.
Já no que se refere aos serviços ferroviários de transporte de mercadorias, a pontualidade, proteção das mercadorias e duração do transporte receberam uma avaliação positiva.
Porém, verificou-se uma “insatisfação generalizada” com este serviço de transporte, nomeadamente, devido ao “preço elevado e à rigidez dos horários da atividade de carga e descarga”.
Neste sentido, a redução dos preços, maior flexibilização para realizar novas rotas, melhoria da pontualidade, fiabilidade, infraestruturas de cargas e descargas e na intermodalidade com o transporte rodoviário, assim como a criação de comboios multi-cliente/produto foram identificados como prioritários.
Por sua vez, no que concerne à infraestrutura ferroviária e às instalações de serviço, foram destacados entre os principais pontos positivos as funções operacionais do gestor da infraestrutura, nomeadamente, “a gestão da capacidade, o controlo da circulação, a gestão da segurança ferroviária, de fornecimento de energia elétrica de tração, a sinalização e telecomunicações e a interação e comunicação com o gestor da infraestrutura”.
Contudo, assinalou-se uma “insatisfação generalizada” com a infraestrutura e com as instalações de serviço, “que consideram ter piorado nos últimos dois anos”.
Foram identificadas como medidas prioritárias, por exemplo, a redução do número de limitações de velocidade, a conclusão da eletrificação da rede e a diminuição das restrições de horários.
“Quanto ao transporte ferroviário de passageiros as medidas prioritárias passam pela eletrificação e sinalização e aumento da segurança ao longo da via”, indicou, acrescentando que as instalações de serviço em terminais de mercadorias e nas ligações ferroviárias aos portos “foram classificadas como satisfatórias”.
A AMT realizou esta consulta junto dos representantes dos utilizadores no último trimestre de 2019, pelo que os dados não refletem os impactos da pandemia de covid-19, nem os novos investimentos para o setor, previstos no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030.
O regulador consulta, pelo menos, de dois em dois anos os representantes dos utilizadores dos serviços ferroviários.
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