“A UNICEF está profundamente solidária com os refugiados e migrantes afetados pelo incêndio no campo de Moria, na Grécia, e está disponível para apoiar na resposta às necessidades urgentes de mais de 4.000 crianças, em particular das 407 crianças não acompanhadas e extremamente vulneráveis”, referiu a organização em comunicado enviado hoje.
Vários incêndios deflagraram às primeiras horas da madrugada de hoje no maior campo de refugiados na Grécia, em Moria, na ilha de Lesbos, levando milhares a fugir, de acordo com as autoridades.
O governo grego anunciou que vai declarar estado de emergência em Lesbos depois do fogo que destruiu praticamente todo o local e deixou cerca de 13.000 desabrigados.
“Transformámos o Centro de Apoio à Criança e à Família da UNICEF de Tapuat, próximo do campo de Moria, num abrigo de emergência. Este campo está disponível para receber e acomodar temporariamente as pessoas mais vulneráveis, incluindo crianças não acompanhadas, mulheres grávidas e outras com necessidades específicas, até que sejam encontradas alternativas. Mais de 150 crianças não acompanhadas já se encontram neste centro”, pode ler-se na nota.
A UNICEF sublinhou ainda que a prioridade é “garantir a segurança e a proteção das crianças” em coordenação com o governo grego e reforçou a importância de um Pacto da União Europeia para as Migrações.
“Os acontecimentos da noite passada relembram-nos da necessidade urgente de ter um Pacto da União Europeia para as Migrações de cariz humano, sensível às necessidades das crianças e que respeite os direitos da criança à proteção e serviços de qualidade em toda a Europa”, conclui o documento.
Também a Amnistia Internacional exigiu uma ação europeia imediata face à “emergência humanitária” no campo de refugiados, atribuindo às “políticas imprudentes” da União Europeia o desencadear da atual situação.
O incêndio foi detetado depois de ter sido anunciado que 35 pessoas do campo tinham obtido resultado positivo no teste para deteção da infeção da covid-19 e que iriam ser transferidas para uma área especial de isolamento.
Imagens em direto transmitidas pela televisão pública grega ERT mostram como muitos refugiados, incluindo crianças, estavam hoje de manhã a circular no campo à procura dos seus pertences, sem serem impedidos por ninguém, apesar de, em alguns pontos, ainda existirem pequenas chamas e de as temperaturas dos objetos carbonizados continuarem muito altas.
Moria é o maior campo de refugiados da Europa e aquele que tem piores condições, já que alberga cerca de quatro vezes mais pessoas do que a sua capacidade.
Até agora não há informação de vítimas, mas os bombeiros continuam sem conseguir aceder a todas as tendas e contentores de alojamento.
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