A campanha de emissão de documentos de identidade para os deslocados, feita em coordenação com a Direção Nacional de Identificação Civil, arrancou nos finais do ano passado e vai abranger, numa primeira fase, 80 mil pessoas, disse à Lusa fonte da Unicef.
A atividade, que vai dar prioridade às crianças, está a decorrer nos centros de realojamento e acampamentos disponibilizados pelo Estado para acolher as populações que fogem à violência armada em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Em dezembro, a Unicef alertou para a situação de vulnerabilidade de mais de 250 mil crianças deslocadas, face a doenças e subnutrição, referindo que o risco de contraírem doenças é maior agora com a época chuvosa em Moçambique.
No mesmo mês, a Organização das Nações Unidas anunciou também que precisava de um total de 254 milhões de dólares (207 milhões de euros) para garantir a assistência humanitária às populações deslocadas devido à violência armada em Cabo Delgado.
A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vai reunir-se este mês para debater a situação de segurança na região.
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