De acordo com os dados fornecidos esta quinta-feira pela polícia espanhola e pelo Ministério do Interior espanhol, relativos ao período entre janeiro de 2020 e abril deste ano, 2.845 migrantes menores não acompanhados chegaram às Canárias por mar e a bordo de pequenas embarcações precárias, número que representa 10,37% do número total de chegadas verificadas na zona, 27.434.
Só nos primeiros quatro meses do corrente ano, um total de 458 migrantes menores não acompanhados chegaram ao arquipélago espanhol situado ao largo da costa noroeste africana.
Em termos globais, e igualmente nos últimos 16 meses, 3.212 migrantes menores não acompanhados chegaram ao território espanhol, dos quais 583 entraram no país entre 01 de janeiro e 27 de abril deste ano.
Estes dados mostram que, até ao fluxo migratório sem precedentes registado este mês em Ceuta e que foi marcado pela entrada de milhares de menores neste território espanhol no norte de Marrocos, as Ilhas Canárias eram o destino de nove em cada 10 migrantes menores que chegavam sozinhos a Espanha (2.845 em 3.212, ou seja, 88,57%).
Esta foi uma das razões pelas quais este arquipélago não irá acolher menores que entraram de forma irregular em Ceuta, ao contrário de outras comunidades autónomas espanholas que vão assumir a tutela destas crianças e jovens.
Atualmente, as Canárias acolhem 2.621 migrantes menores não acompanhados, a grande maioria (2.094) em centros de acolhimento da comunidade autónoma, segundo confirmou à agência espanhola EFE a Direção-Geral para a Proteção de Menores.
Trata-se de um número recorde em três décadas de registos de chegadas às Canárias, nem mesmo verificado em 2006, em plena crise migratória, quando quase 32.000 migrantes desembarcaram no arquipélago.
Destas 2.621 crianças e jovens, três em cada quatro (1.908, ou seja, 72,79%) estão ainda à espera de testes para a determinação da respetiva idade.
As Ilhas Canárias estão situadas ao largo da costa noroeste africana, que integra a rota da África Ocidental, conhecida por ser extremamente perigosa, por causa das fortes correntes marítimas, e que nos últimos tempos tem atraído cada vez mais migrantes que desejam chegar ao território europeu, a grande maioria a bordo de embarcações muito precárias e sobrelotadas.
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