Acompanhado de todo o executivo da UGT, Carlos Silva aguardou junto à estação do Rossio a passagem dos manifestantes e distribuiu cumprimentos e palavras aos que iam passando.
A manifestação, no Dia Mundial do Professor, que este ano coincidiu com o dia de reflexão para as eleições legislativas de domingo, partiu do Marquês do Pombal e terminou no Rossio.
“Comemorar o Dia do Professor é também um ato de justiça para uma classe que tem sido tão desvalorizada e tão esquecida nos últimos anos”, disse Carlos Silva à agência Lusa, adiantando: “Fiz questão de demonstrar com a minha presença que a UGT acompanha no futuro e no presente aquilo que são as lutas legítimas e as reivindicações desta classe e não apenas desta”.
Para o secretário-geral da UGT, é fundamental que os trabalhadores de todas as classes se manifestem, independentemente de o dia coincidir com um ato político-administrativo como as eleições.
“O que está aqui em causa não é nem dizer mal do Governo, nem dizer bem, não é apelar a votos partidários, nem deixar de apelar. É um exercer um ato de cidadania, reivindicando no seu dia, que é o Dia Mundial do Professor, com um desfile que foi aquilo que os sindicatos dos professores decidiram fazer”, acrescentou.
Carlos Silva admitiu, no entanto, que não participou na manifestação “também por respeito, para evitar outro tipo de leituras políticas”, embora assinalasse que as palavras de ordem do desfile “dizem respeito à vida interna de cada professor, à vida interna de um grande coletivo que são os milhares de professores portugueses que continuam a dar o seu melhor”.
A manifestação dos professores “é uma forma de mostrar que a classe está mobilizada […], o país tem de olhar para isto”, disse ainda o sindicalista.
Mais de 13 mil manifestantes, segundo a polícia, participaram na manifestação do Dia Mundial do Professor, com o lema “Rejuvenescimento e Valorização da Profissão Docente” e convocada pelas duas federações de professores, Fenprof e FNE, assim como por oito sindicatos mais pequenos.
O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, disse à agência Lusa que no final do desfile seria aprovada uma resolução com "as preocupações dominantes" da classe, como "o excessivo envelhecimento dos professores" e a recuperação integral do tempo de serviço congelado.
A resolução vai ser enviada depois a todos os partidos que conseguirem eleger deputados, nas eleições de domingo, como tópicos essenciais para serem trabalhados durante a próxima legislatura.
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