Em declarações ao canal ucraniano 24 reproduzidas por agências de notícias locais, Oleksii Danilov negou as acusações dos serviços secretos russos que implicam a Ucrânia na morte de Dugina.
“O nosso Serviço de Segurança não tem nada a ver com isso”, afirmou, sublinhando que a mulher “não tinha realmente importância” para a Ucrânia.
“O FSB [Serviço Federal de Segurança da Federação Russa] fê-lo [o homicídio] e agora estão dizer que foi alguém do nosso lado que o cometeu”, acrescentou Danilov.
O responsável pelo Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia sublinhou que os ucranianos “não trabalham assim” e têm tarefas mais importantes: “Não estamos envolvidos na explosão que matou esta mulher, isso é obra dos serviços secretos ucranianos”, reiterou.
Danilov disse ainda que Daria Dugina e o seu pai, visto como o ideólogo de Vladimir Putin, criticaram o que a Rússia chama de “operação especial” militar na Ucrânia, porque achavam que estava a prolongar-se por muito tempo.
Na sua opinião, são os serviços secretos russos que estão a começar a livrar-se das pessoas que criticam os alegados “sucessos” militares da Rússia na guerra.
Já Mykhailo Podoliak, conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e membro da equipa nomeada por Kiev para negociar um possível cessar-fogo com a Rússia, disse na rede social Twitter que as acusações de Moscovo “não são mais do que o resultado da propaganda” difundida pelo Kremlin, que “está a criar novamente mundos fictícios”.
Daria Dugina, filha de Alexander Dugin morreu na explosão do carro que conduzia na região de Moscovo, no sábado à noite.
Dugin reagiu ao assassínio da filha — que as autoridades russas atribuem ao regime de Kiev — dizendo que o povo russo não pode ser alvo dos inimigos de Moscovo.
Segundo as agências de informação russas, o carro conduzido por Daria Dugina foi alvo de um ataque de uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979, identificada pelo FSB como Natalya Vovk, que chegou à Rússia em julho com a filha menor, nascida em 2010.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
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