“O mercado norte-americano conseguiu atingir uma posição nunca alcançada no Porto e Norte. É o terceiro mercado da região. Trocou com o Brasil”, avançou à agência Lusa Luís Pedro Martins.
Em entrevista à Lusa a propósito do balanço do verão turístico na região Norte de Portugal, o presidente da TPNP referiu que em primeiro lugar está o mercado espanhol, em segundo o francês, e em terceiro lugar está agora o mercado norte-americano, remetendo o brasileiro para quinto lugar, com o mercado alemão em quarto.
A justificação para a alteração no ‘ranking’ dos mercados turísticos na região do Porto e Norte relaciona-se com a conectividade aérea através da United Airlines, a terceira maior linha aérea dos EUA e do mundo, considerou Luís Pedro Martins.
“Tudo aquilo que temos de esforço da United Airlines para trazer estes turistas para o Porto e Norte não temos tido por parte de quem nos servia o Brasil, e aqui a questão da TAP [companhia aérea de bandeira portuguesa], é de facto muito notória nessa descida no mercado brasileiro”.
O mercado brasileiro não se desinteressou pela região, mas a falta de conectividade aérea provocou a quebra da chegada de turistas brasileiros, acrescenta.
“Não por falta de procura, mas sim por falta de conectividade. (…) Temos agora menos voos do que os que tínhamos no mercado brasileiro, estamos em perda”.
Luís Pedro Martins destacou também a subida do mercado do Reino Unido, fruto do “bom comportamento” da British Airways na região Norte.
A British Airways teve uma operação “como nunca tinha tido e ela refletiu-se logo nos números da região”.
O presidente da TPNP realçou, contudo que nem tudo está a correr bem.
“Temos alguns perigos. Perigos muito iminentes. Temos a questão da guerra, por todas as razões, mas também porque nos prejudica diretamente alguns mercados. O mercado polaco, o da república Checa, o alemão, porque está próximo do conflito e é um mercado muito importante para o Porto e Norte”, declarou.
Outro problema com que a região se está a deparar é a falta de recursos humanos qualificados, um problema que vem do passado mas que se agravou com a pandemia e a crise no setor do turismo, levando à fuga de pessoas qualificadas, explicou Luís Pedro Martins.
“Em 2019 o turismo era um setor sexy, mas com a pandemia muitos trabalhadores saíram. Convêm captar recursos com formação”, alertou, reconhecendo que as repercussões de um baixo grau de satisfação junto dos turistas são sentidas no ano seguinte.
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