“Os navios americanos, tanto militares como comerciais, deveriam ter permissão para transitar, gratuitamente, pelos canais do Panamá e do Suez”, afirmou o presidente norte-americano, numa publicação na rede TruthSocial.

Estes canais “não existiriam sem os Estados Unidos da América”, rematou Trump.

Perante isso, “pedi ao secretário de Estado Marco Rubio que assuma” este assunto, acrescentou.

O Presidente panamiano declarou que o Tratado de Neutralidade do Canal do Panamá regula os custos da passagem de navios e negou haver acordos que digam o contrário, numa mensagem enviada após Washington pedir uso gratuito daquela via.

"O Tratado de Neutralidade, a lei orgânica do Canal do Panamá regulam os trânsitos e os custos destes, de todos os navios, através do nosso canal. Não existe qualquer acordo em contrário", escreveu José Raúl Mulino, no sábado, na rede social X.

Ainda antes de tomar posse, a 20 de janeiro, Donald Trump aumentou a pressão sobre o Panamá, ameaçando "retomar" o canal construído pelos Estados Unidos, inaugurado em 1914 e que se manteve sob controlo norte-americano até 1999.

O Panamá recuperou o canal nesse ano, ao abrigo de um acordo de 1977 com o presidente Jimmy Carter. Os Estados Unidos e a China são os dois principais utilizadores do canal, por onde passa 5% do comércio marítimo global.

No início de abril, Washington obteve autorização do Panamá para mobilizar tropas norte-americanas em torno desta via estratégica.

O Canal do Suez, controlado pelo Egito desde 1956, movimentava cerca de 10% do comércio marítimo global até que os rebeldes Huthis do Iémen começaram a atacar navios, alegando estar a agir em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos intervieram, juntamente com outros países, para tentar proteger esta rota marítima, mas o tráfego caiu a pique, reduzindo drasticamente uma fonte vital de moeda estrangeira para o Cairo, que caiu na pior crise económica da sua história.