Num comunicado hoje divulgado, Trump disse que Whitaker é “um guerreiro forte e um patriota leal”, assegurando que esta escolha “garantirá os interesses dos Estados Unidos” e “fortalecerá as relações com os aliados da NATO”.

A escolha de Whitaker como representante norte-americano junto da Organização do Tratado do Atlântico Norte está a ser encarada como invulgar e desajustada, dada a sua formação como advogado e não em política externa.

O cargo da NATO é particularmente sensível, dadas as posições assumidas por Trump sobre o valor da Aliança Atlântica e as suas queixas de que muitos membros não estão a cumprir os seus compromissos de gastar pelo menos 2% do respetivo Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa.

Whitaker, ex-procurador dos EUA no Iowa, desempenhou as funções de procurador-geral interino entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump na Casa Branca (2017-2021), quando a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência eleitoral russa nas eleições presidenciais de 2016 estava na fase final.

Antes, Whitaker tinha sido chefe de gabinete do primeiro procurador-geral de Trump, Jeff Sessions, antes de ser escolhido para o substituir.

Whitaker ocupou o cargo durante vários meses, como interino e sem confirmação do Senado, até que William Barr foi confirmado como procurador-geral em fevereiro de 2019.

O futuro embaixador tem sido um crítico implacável dos processos criminais federais contra Trump, que provavelmente serão arquivados nos próximos meses, após a vitória eleitoral do republicano nas presidenciais de 05 de novembro.

Whitaker tem aproveitado as presenças regulares na estação televisiva Fox News para se juntar a outros republicanos na condenação do atual Departamento de Justiça, que acusam de estar politizado nos últimos quatro anos.

Trump ameaçou repetidamente não defender os membros da NATO que não cumpram as metas de despesas de defesa da Aliança Atlântica, apesar da cláusula de defesa mútua do artigo 5.º da organização, que estabelece que um ataque armado contra um ou mais dos seus membros será considerado um ataque contra todos.

No início deste ano, Trump disse que, quando chegasse de novo à Casa Branca, avisaria os aliados da NATO que “encorajaria” a Rússia “a fazer o que quiser” com países que não cumpram o estipulado no tratado da Aliança Atlântica.