Os 20 trabalhadores da Serviral, empresa concessionária que explora os comboios internacionais que fazem os percursos Lisboa-Madrid e Lisboa-Hendaye (Lusitânia e Sud-Express) estão com os contratos de trabalho suspensos desde 17 de março, altura em que os comboios internacionais pararam, e até ao final do ano.
Entretanto, no dia 01 de outubro, a CP - Comboios de Portugal referia a denúncia do contrato que tinha com a Servirail há vários anos, o que, segundo a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht), “põe em causa o futuro dos 20 postos de trabalho afetos a este serviço”.
Tendo em conta que a nível transnacional todas as fronteiras estão abertas para os transportes rodoviários e ferroviários, dentro do espaço geográfico da União Europeia, à exceção da fronteira ferroviária entre Portugal e Espanha, a federação sindical considerou tratar-se de uma “opção política”.
Por isso, os trabalhadores e o seu sindicato decidiram realizar uma concentração junto ao Centro de Estudos Ibéricos, na Guarda, local de realização da 31.ª Cimeira Luso-Espanhola, no sábado, e ali entregar um documento ao Governo a exigir “a reabertura de todos os serviços atualmente encerrados nos comboios Lusitânia e Sud-Express comboio hotel e consequentemente levantamento da suspensão dos contratos de trabalho e o regresso dos trabalhadores aos seus postos de trabalho”.
Os dois comboios internacionais foram inicialmente suspensos devido ao encerramento de fronteiras para conter a pandemia de covid-19, mas posteriormente a CP e a sua congénere espanhola, a Renfe, informaram que as duas ligações se mantêm suspensas até serem encontradas “alternativas para a retoma destas ligações internacionais, com modelos de serviço que conduzam à redução dos prejuízos que lhe estão associados".
A Servirail confirmou à Fesaht a receção da denúncia do contrato por parte da CP e declarou que está a ponderar iniciar um processo de despedimento coletivo.
Está agendada uma nova reunião de conciliação para dia 21 de outubro, tendo a Fesaht insistido "na presença do Ministério das Infraestruturas neste processo”.
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