Em declarações à Lusa, Patrícia Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, adiantou que a concentração no Largo Trindade Coelho, frente à Santa Casa de Lisboa, estava, pelas 12:00, a “correr muito bem”, encontrando-se no local “talvez 200 pessoas”.
“O que está em causa são as opções de gestão da Santa Casa que continua a não privilegiar o aumento salarial de todos os trabalhadores, aumentos esses dignos, a questão do reforço de pessoal e as melhorias das condições de trabalho, continuam [os trabalhadores] com essa reivindicação”, explicou.
De acordo com Patrícia Rodrigues, os trabalhadores “exigem que estas questões sejam revistas”, lembrando o contexto macroeconómico “muito desfavorável”.
“Os trabalhadores da Santa Casa continuam a suprir as necessidades dos mais excluídos mas, neste momento, sentem-se muitos desvalorizados quer em termos profissionais, salariais, e das próprias condições de trabalho efetivo com que desenvolvem a sua atividade profissional”, sublinhou.
A sindicalista explicou também que, dependendo das negociações e da revisão do Acordo de Empresa e de propostas de tabelas salariais com os Recursos Humanos, que têm procuração por parte da Administração da Santa Casa, os trabalhadores “vão continuar a lutar” porque “é através da luta” que se vai “chamar a atenção para os seus problemas”.
Em comunicado, o sindicato enumera as exigências dos trabalhadores da Santa Casa, nomeadamente: “a atualização anual de salários para todos, o descongelamento das progressões e contagem de todo o tempo para o seu efeito, uma diferenciação significativa entre níveis das tabelas salariais e entre as diferentes tabelas, o reforço de pessoal, a revisão de carreiras e do seu enquadramento profissional e uma contratação coletiva que valorize e reforce os direitos dos trabalhadores”.
“Depois de, no início de 2022, a mesa [de negociações] ter novamente recusado aumentar o salário a todos, a situação dos trabalhadores a cada dia que passa vai-se agravando e existem poucas perspetivas de que algo venha a melhorar”, pode ler-se na nota.
Paralelamente, o sindicato reconhece que a Administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa “não prioriza a melhoria das condições de trabalho nem, tampouco, o reforço de pessoal o que resulta na deterioração dos serviços e apoios prestados aos mais vulneráveis”.
“A atuação da SCML não tem dignificado o processo negocial. A ausência de propostas ou as contrapropostas apresentadas à nossa proposta de revisão do acordo de empresa cingem-se à retirada de direitos já adquiridos e exemplo disso é a diminuição do número de férias e a majoração”, refere a mesma nota.
Os trabalhadores cumprem hoje uma greve de 24 horas, entre as 00:00 e 24:00.
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