Numa conversa com os jornalistas, a especialista destacou os três pilares que guiam a plataforma em tempo de eleições, passando pelas parceiras, proteção e capacitação.

Francesca Scapolo explicou que, durante as campanhas eleitorais, a plataforma procura “eliminar a desinformação nociva sobre os processos eleitorais, independentemente da intenção, estabelecendo parceiras com os verificadores de factos para avaliar a exatidão dos conteúdos”.

Caso a verificação de factos seja inconclusiva, a plataforma limita a distribuição do conteúdo entre os utilizadores, contando com “milhares de moderadores de conteúdos que suportam as línguas da UE [União Europeia]”.

Durante a apresentação, em Lisboa, a especialista mostrou que, “no quarto trimestre de 2024, 99% de todos os conteúdos removidos devido a desinformação eleitoral e cívica foram retirados antes de nos serem comunicados”.

À agência Lusa, Scapolo referiu que “a plataforma segue as regras do DSA [Lei dos Serviços Digitais da União Europeia]”, sendo parte integrante dos códigos de conduta sobre o tema, pois a ligação com os reguladores permite garantir eleições justas.

Com o objetivo de transmitir “conteúdo seguro para os utilizadores”, a responsável disse haver “tolerância zero” em relação a conteúdos falsos ou enganadores, até porque o TikTok é uma plataforma “com foco no entretimento e criatividade”.

Em termos da capacitação dos utilizadores, Francesca Scapolo realçou as campanhas de literacia mediática da plataforma em conjunto com os parceiros que, por exemplo, ajudam o público a “distinguir factos de conteúdo falso”.

Na Europa o TikTok conta com 14 parcerias com plataformas de verificação de factos locais, tendo em Portugal o Polígrafo como parte da equipa.

A partir destes três princípios, Francesca Scapolo disse à Lusa que o TikTok “tem a mesma abordagem para cada eleição global, pelo que não importa se é uma eleição nacional, parlamentar, um referendo, ou uma eleição local”, pois “cada eleição é importante e é preciso garantir a integridade para a comunidade”.

Em matéria de integridade cívica, Scapolo explicou ainda que a plataforma utiliza vários tipos de informação para avaliar as operações de influência encobertas, através de um padrão que passa pela coordenação, pelo enganar os sistemas ou utilizadores, bem como manipular o debate público “para afetar convicções e opiniões da comunidade”.

“Existe uma equipa especializada que trabalha com as operações de influência de cobertura, pelo que temos uma política específica sobre isto. Então quando se encontra este tipo de operações, retira-se da plataforma”, afirmou, destacando que estas situações constam do relatório mensal da plataforma para fomentar uma maior transparência com o público.