Numa audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos, o coronel João Paulo de Almeida explicou esta discrepância entre a lista do material furtado e o encontrado, atribuindo o erro ao comandante da secção de depósitos.
No seu relato, houve um exercício com material de um dos paióis do regimento (precisamente os dois assaltados) e não foi registada uma caixa, “no dia seguinte”, quando o material regressou ao depósito.
“Foi um erro humano”, afirmou.
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017 e parte do equipamento foi recuperado quatro meses depois.
Entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, em 18 de outubro de 2017, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019, e é prorrogável por mais 90 dias.
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