Num comunicado divulgado na rede social Twitter, o ministério disse que 12 dos 24 aviões militares atravessaram, no sudoeste de Taiwan, a linha mediana que separa a ilha da China continental.
O ministério disse que as Forças Armadas taiwanesas acompanharam a situação e responderam com o envio de aeronaves e barcos e com a ativação de sistemas de mísseis terrestres.
Os líderes do G7, bloco que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), apelaram no sábado à China para uma “resolução pacífica” dos litígios com Taiwan, após uma cimeira em Hiroshima, no Japão.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês criticou os países do G7 por não mostrarem oposição clara ao movimento de independência taiwanês.
“O G7 diz que pretende avançar para um mundo pacífico, estável e próspero. Mas, na realidade, impede a paz mundial, prejudica a estabilidade regional e inibe o desenvolvimento de outros países”, afirmou o ministério, segundo o qual “esta abordagem não tem qualquer credibilidade internacional”.
Também no sábado, a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, tinha prometido manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan face às ameaças da China, e defendeu que “a guerra não é uma opção”.
Num discurso em Taipé que assinalou sete anos de mandato, Tsai assegurou que Taiwan não adotará atitudes de provocação ou de agressividade em relação à China, mas também não cederá a pressões.
“A guerra não é uma opção e nenhuma das partes pode alterar unilateralmente o ‘status quo’ de forma não pacífica”, disse Tsai.
Tsai afirmou que, desde que assumiu funções, Taiwan tem mostrado ao mundo determinação, mas sem ceder a provocações.
“Perante os ataques civis e as ameaças militares da China, o povo de Taiwan é calmo e não agressivo, racional e não provocador”, afirmou.
Taiwan está a preparar-se para as próximas eleições presidenciais em janeiro de 2024.
Tsai, 66 anos, não pode candidatar-se por ter cumprido dois mandatos consecutivos e o vice-presidente, William Lai, será o candidato do Partido Democrático Progressista (PDP, no poder), que tradicionalmente defende a independência.
Lai, 63 anos, tem sido mais franco do que Tsai sobre as aspirações independentistas e afirmou, em janeiro, que considera Taiwan “um país soberano”.
Terá como adversário o presidente do município de Nova Taipé, Hou Yu-ih, do partido da oposição Kuomintang, que favorece a aproximação a Pequim.
Hou disse recentemente que se opõe à independência de Taiwan, mas também ao modelo “um país, dois sistemas” utilizado pela China para recuperar Hong Kong e Macau.
Pequim propôs o mesmo modelo para Taiwan, mas a maioria dos taiwaneses rejeitou-o, especialmente depois da repressão chinesa das liberdades políticas em Hong Kong.
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