Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da ilha disse que as eleições presidenciais e legislativas “demonstram mais uma vez a maturidade e a estabilidade da política democrática de Taiwan”.
A diplomacia de Taipé defendeu que são “também a resposta e demonstração mais claras e firmes do povo taiwanês relativamente à situação no Estreito de Taiwan”.
O ministério apelou “às autoridades de Pequim para que respeitem os resultados das eleições, enfrentem a realidade e desistam de reprimir Taiwan”.
“Somente fazendo isso as interações positivas através do Estreito poderão regressar ao caminho certo o mais rápido possível e responder positivamente aos repetidos apelos da comunidade internacional para manter a paz, a estabilidade e a prosperidade”, acrescentou.
A China insistiu no sábado que a “reunificação” com Taiwan é “inevitável” e que se oporá às “atividades separatistas”.
Num comunicado citado pela agência de notícias estatal chinesa Nova China, Chen Binhua, porta-voz do gabinete chinês responsável pelas relações com Taiwan, garantiu que “a votação não vai impedir a tendência inevitável de reunificação com a China”.
Nesse sentido, reiterou que não irá tolerar “atividades separatistas” em Taiwan.
“Vamos […] opor-nos firmemente às atividades separatistas que visam a independência de Taiwan e a interferência estrangeira”, advertiu Chen.
Num discurso após conhecer a vitória nas eleições, William Lai saudou os eleitores por resistirem a “pressões externas”, numa referência velada à China.
“Graças às nossas ações, o povo taiwanês resistiu com sucesso aos esforços das forças externas para influenciar estas eleições”, declarou Lai aos seus apoiantes, vincando que apenas a população do território “tem o direito de escolher o seu Presidente”.
No seu discurso de vitória, o candidato do Partido Democrático Progressista, no poder, saudou o eleitorado por abrir “um novo capítulo na democracia” da ilha, apesar das ameaças de Pequim.
“Quero agradecer ao povo de Taiwan por escrever um novo capítulo na nossa democracia”, declarou William Lai, acrescentando: “Estamos a dizer à comunidade internacional que entre a democracia e o autoritarismo, estaremos do lado da democracia”.
O Presidente eleito prometeu ainda assim “manter o intercâmbio e a cooperação” com Pequim.
Lai, que era o candidato favorito segundo as sondagens, venceu as eleições presidenciais com 40,2% dos votos, de acordo com os resultados oficiais provisórios correspondentes a 98% do apuramento das mesas.
O atual vice-Presidente cessante, de 64 anos, foi descrito por Pequim como um “sério perigo” devido às posições do seu partido, que afirma que a ilha é de facto independente.
Pequim tinha apelado para que os eleitores fizessem “a escolha certa” e o Exército chinês prometeu “esmagar” qualquer desejo de independência.
O estatuto de Taiwan é também um dos assuntos mais tensos na rivalidade entre a China e os Estados Unidos, o principal aliado militar do território, e Washington planeia enviar uma “delegação informal” à ilha após a votação.
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